Há 147 anos, jornal noticiava fuga de ESCRAVO de Jundiahy

escravo

No dia 28 de setembro de 1871 foi promulgada a Lei do Ventre Livre. Assinada pela princesa Isabel, a lei libertava todos os filhos de mulheres escravas nascidos desde então. Em Jundiaí e região havia muitas plantações de cana-de-açúcar e café. Naquela época se escrevia ‘Jundiahy’. Apenas três anos após a promulgação da Lei do Ventre Livre, a Gazeta de Campinas anunciava a fuga do escravo Zeferino, de Dona Anna Joaquina do Prado Fonseca. As crianças poderiam ser livres. Mas os adultos seguiriam sendo escravizados até o dia 13 de maio de 1888, quando a mesma princesa Isabel assinou a Lei Áurea.

Crédito: Faccamp

O registro feito pela ‘Gazeta’ – em novembro de 1874 – é repugnante. O escravo Zeferino é descrito como se fosse um animal. “Tem sinais de catapora e de cáustico sobre as costelas direitas”, diz o texto de 15 linhas. No caso, ‘cáustico’ provavelmente referia-se às feridas na pele surgidas por chicotadas.

A foto acima mostra a senzala da Fazenda Nossa Senhora da Conceição, no Mato Dentro, onde muitos pretos como Zeferino foram humilhados. A fazenda foi inaugurada em 1810 e pertenceu ao Barão de Serra Negra. Hoje sedia o Museu do Café e é um dos roteiros do turismo rural de Jundiaí.

História – Segundo o site da Prefeitura de Jundiaí, ao longo dos séculos 17, 18 e início do 19, a economia da cidade se limitava a pequenas lavouras de subsistência, que abasteciam moradores da vila, tropeiros e bandeirantes. Na época, a região era formada por várias sesmarias pertencentes à Capitania de São Vicente, conhecida como “Portão do Sertão”. Era o caminho de muitas entradas e bandeiras. Durante longo período, a escravidão indígena foi a base da mão-de-obra local, embora essa prática fosse proibida por lei.

Em meados do século 18, o número de escravos indígenas e de escravos de origem africana já era praticamente o mesmo, mas a partir da segunda metade deste século, a quantidade de africanos se intensificou, até que a mão-de-obra indígena foi totalmente abandonada. À medida que o número de africanos aumentava, também cresciam os focos de resistência.

VEJA TAMBÉM:

GINECOLOGISTA LUCIANE WOOD RECOMENDA ÀS GESTANTES PROTETOR E HIDRANTE ATÉ NO INVERNO. ASSISTA AO VÍDEO…

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES

PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI