A reação da oposição é consistente. Ela se opõe frontalmente à concepção de Estado Mínimo. Alega que sem uma intervenção estatal forte o país vai consolidar uma plutocracia. Os grupos econômicos e financeiros vão dominar o governo e o destino da nação. Faz parte de uma bordejada para a direita em vários países no mundo e isso precisa ser combatido e denunciado pelos progressistas, seja lá o que isto quer dizer. O fato é que não se pode desaparelhar o Estado e abrir mão do funcionalismo que já está lá consolidado, com estabilidade para resistir aos ataques dos grupos de pressão e fazer prevalecer o interesse da maioria da população. Uma burocracia estatal pujante defende e atende aos interesses da população mais pobre e não apenas à elite. Ela é cumulativa e tem aumentado constantemente.
O líder do movimento pelo desmonte do Estado não se esconde. Está quase diariamente nas redes sociais e se deixa fotografar portando uma motosserra, o símbolo de cortar os funcionários que servem ao governo federal. Na opinião dele, parte da burocracia não é produtiva, apenas consome um percentual dos impostos que os contribuintes depositam a todo instante nos cofres do governo federal. Ele sabe que o federalismo adotado pelo país impede que esse facão alcance os estados e as cidades. É
responsabilidade dos governadores e câmaras locais. Há uma cobertura ampla dessa política pela mídia e nas redes sociais os debates ficam cada vez mais intensos e radicalizados. Afinal, quem tem poder legal para mandar e-mails para os funcionários exigindo que devem suspender o home office e voltar a trabalhar presencialmente?
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BRASIL DE VOLTA AO CENÁRIO INTERNACIONAL
A população acredita que o líder do movimento de desmonte da máquina burocrática sabe o que está fazendo. Afinal, ele é um bilionário que não só financiou a campanha do candidato republicano vencedor, como participou da campanha eleitoral. Na primeira reunião do ministério na Casa Branca, apesar de não fazer parte dele, lá estava Elon Musk ao lado do presidente Donald Trump. Ele lidera um programa de diminuição drástica de funcionários federais, que são sustentados pelos contribuintes e não dão retorno. Musk sempre age com grande rapidez e envolvido em polêmica. Aliás, controla um império econômico com ações de grande impacto, como quando comprou a plataforma Twitter e a renomeou como X. Musk,
desde o salão oval da Casa Branca, ao lado da mesa presidencial, anuncia com grande rompante que novos cortes vêm por aí. Só falta adotar como símbolo a motosserra do presidente argentino Javier Milei.(Foto: Craig Adderley/Pexels)

HERÓDOTO BARBEIRO
Heródoto Barbeiro é jornalista do Record News, R7 e Nova Brasil (89.7), além de autor de vários livros de sucesso, tanto destinados ao ensino de História, como para as áreas de jornalismo, mídia training e budismo. Apresentou o Roda Viva da TV Cultura e o Jornal da CBN. Mestre em História pela USP e inscrito na OAB. Acompanhe-o por seu canal no YouTube “Por dentro da Máquina”
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