Que a Língua Portuguesa é rica em recursos linguísticos, isso é consabido! Mas a figura de pensamento eufemismo deveria ganhar um troféu!
Embora seu uso consista em usar palavras suaves e gentis para se comunicar algo desagradável, amenizando o choque – arte louvável – serve, também, para uso negativo.
Na arte louvável, podemos citar vários exemplos:
Fique tranquila, ele entregou a alma a Deus…
Ela está se tratando porque tem um tumor maligno…
A criança demonstra ter distúrbios mentais…
O político não respeitou os bens públicos…
Ele faltou com a verdade…
Depois de tanto sofrimento, foi dormir com os anjos…
O filho do patrão foi convidado a se retirar…
E outros usados em momentos de aflição. Essa é a parte virtuosa do eufemismo.
Também ajuda nos diálogos entre grupos, quando não se pode falar francamente o termo correto para não ofender ou subestimar alguém. Nesse caso, podemos denominar de gentileza, educação e respeito.
Nos exemplos citados podemos dizer que houve sabedoria, diplomacia, função dessa figura de linguagem. São as virtudes do eufemismo!
No entanto, ele é usado por determinados interlocutores para fugirem da verdade, de precisarem expor a informação correta, deixando que as pessoas entendam como lhes aprouver, uma artimanha para confundir a opinião pública.
Ninguém poderá provar o que disse um político, quando usou eufemismo com má fé.
São artifícios, jogada de retórica e engodo, quando dizem:
-Haverá ajuste fiscal porque o índice usado até agora está aquém do necessário para cobrir despesas.
Isso quer dizer que haverá mais impostos ou que cortarão subsídios para a educação, para a cultura e a saúde.
-A crise hídrica foi motivada por péssimas condições pluviais.
Isentando-se de culpa pela falta de abastecimento de água.
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Para cada situação desagradável, criam eufemismos convincentes. Absenteísmo com a prática da verdade.
A linguagem política é constituída por ambiguidades, por termos capciosos e eufemismos de má fé. Ardil para enganar o povo.
O mais hábil político é aquele que for versado em retórica subliminar, sub-reptícia. O povo gosta de eloquência!
O eufemismo tem dois lados; é ambivalente, dependendo de quem o usa.
Prefiro o uso qualificado nas de virtudes do eufemismo que citei no início do texto!
O outro, tanto usado pelos políticos, é abominável!(Foto: Tuane Eggers/Flickr)
JÚLIA FERNANDES HEIMANN
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.
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