Ex-presidente do Conselho Municipal de Ciência agora é suplente no INEP

ex-presidente do conselho

O Ministério da Educação (MEC) anunciou os novos integrantes do Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia responsável pelo Enem e pesquisas em educação. Entre os escolhidos para a suplência está Devanildo Damião da Silva, ex-presidente do Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação de Jundiaí. Já entre os titulares, o MEC escolheu um tenente do Exército e um pastor, respectivamente Matheus Coimbra Martins de Aguiar e Roque do Nascimento Albuquerque. Devanildo é doutor em Tecnologia Nuclear, tem 49 anos e está ansioso para completar cinco décadas. O Jundiaí Agora entrevistou o ex-presidente do conselho municipal, pesquisador, administrador e professor paulistano que morou em Sorocaba e hoje vive em Guarulhos, onde faz parte da Academia Guarulhense de Letras:

Em qual período foi presidente do Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação de Jundiaí?

O Conselho foi fruto de uma visão de estruturação de um sistema de inovação em Jundiaí, o qual foi implementado na gestão do Marcelo Cereser na Secretaria de Desenvolvimento Econômico e que tinha como diretores o José Dimas Gonçalves e o Edison Severo Maltoni como articuladores e executivos, na administração Pedro Bigardi. Participei da primeira diretoria como vice-presidente do José Dimas e depois fui eleito presidente. A proposta foi baseada nos modelos da tríplice hélice com intensa articulação entre membros dos setores produtivos, do setor acadêmico e do poder público.

Como foi indicado para este cargo?

Cheguei até Jundiaí por convite baseado em elementos técnicos, obtidos por meio de referências científicas da área e projetos. O cargo não era remunerado e a participação foi baseada na possibilidade de estruturar um sistema de inovação de referência na cidade de Jundiaí, aproveitando as vocações locais. Foi um período de grandes conquistas.

Como ex-presidente do Conselho Municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação, quais as principais conquistas no período em que o senhor esteve à frente dele? O que faltou fazer, na sua opinião?

O Conselho teve uma visão diferenciada e estruturante. Por exemplo, estruturou um sistema de inovação local. Alguns produtos se destacaram, a Incubadora de empresas foi totalmente remodelada e surgiram empresas startups. A incubadora foi credenciada no sistema paulista de Incubadoras. Desenvolvemos um projeto para um Centro de Inovação diferenciado para a cidade, o qual foi o primeiro aprovado pelo Estado, o qual teria o Cijun como empresa âncora e o desenvolvimento de um grupo de empresas locais de tecnologia que fariam parte da cadeia de valor. O arcabouço regulatório foi de excelência com a lei de inovação, a estruturação do Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação, o qual ajudou a atrair empresas no período. Também, dada a qualidade do projeto, obteve-se a área para abrigar o Parque Tecnológico por doação da Fundação Antônio Antonieta Cintra Gordinho. O projeto poderia ter evoluído caso fosse privilegiado como uma âncora do desenvolvimento local. Projetos deste porte têm o potencial de alterar a dinâmica de desenvolvimento da cidade. Basta observar as cidades de São Carlos, São José dos Campos, Ribeirão Preto, Sorocaba e Campinas. A âncora inicial deste tipo de projeto é o poder público e depois migra para a iniciativa privada. A opção foi por projetos importantes, mas com impactos reduzidos.

Como aconteceu a indicação do senhor para a suplência do Conselho Consultivo do Inep?

A indicação foi totalmente técnica com base no conhecimento e na produção e, logicamente, na visão de desenvolvimento por meio de competências. O presidente do Inep, Danilo Dupas, é um jovem brilhante com resultados e carreira consolidada. Eu, como pesquisador, professor e pai de duas crianças, tenho muito apreço pelo Brasil e sempre quero colaborar para que a educação seja de qualidade. Tenho atuação destacada, atuo na educação o que viabiliza a indicação. Sou totalmente adepto e favorável aos modelos que permitam articular projetos e propostas entre diferentes segmentos da sociedade. O cargo não é remunerado.

Ao suplente só cabe substituir um membro titular? Não pode apresentar propostas, por exemplo?

Participarei de maneira que possa colaborar da melhor maneira possível, e sempre respeitando os regramentos, colaborarei para melhorias. Tenho convicção que uma boa proposta, ideias inovadoras sempre serão apreciadas. O Inep já está num ritmo forte de atividade com as avaliações na modalidade não presencial, qual é uma decisão importante, inovativa e que trará benefícios ao sistema educacional.

Já que o senhor é ex-presidente do conselho municipal, de alguma forma poderá inserir Jundiaí e região nas reuniões e debates? Ganharemos um aliado dentro do Conselho Consultivo do Inep?

Jundiaí é uma cidade com grandes potencialidades, pessoas maravilhosas e nunca me furtarei a auxiliar a cidade que tenho grande carinho. Sempre digo: sou adepto da lógica de que somos a soma das nossas experiências e seguramente Jundiaí faz parte do meu ser já que sou ex-presidente do Conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação…

Entre os titulares do conselho estão um tenente e um pastor. Como vê estas indicações?

A seleção dos membros do Conselho Consultivo foi feita com base na competência e experiência destas pessoas e não nas instituições às quais os indicados estão vinculados. Os currículos de cada indicado podem ser conferidos no portal do Inep, onde está clara a vinculação de cada um com o trabalho na educação.

O senhor se sentirá à vontade para fazer parte do Inep que é ligado ao MEC, ministério de um governo que não vê a ciência com bons olhos?

Discordo desta visão. Temos à frente do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações(MCTIC) um grande cientista e astronauta Marcos Pontes, com visão técnica. O MEC tem como ministro uma referência no segmento da educação oriundo de uma das principais entidades do país e do mundo. Importante destacar que o Ministério não sofre influências políticas partidárias e pode selecionar técnicos de qualidade com liberdade para desenvolver políticas públicas de qualidade.

Qual é a sua opinião sobre o Enem?

Como administrador, o ciclo envolve planejamento, organização, direção e controle. Para se controlar é importante medir e o Enem se insere neste contexto.

Este ano, o Enem também ocorreu de forma digital. É uma mudança que veio para ficar?

O Enem Digital é uma modalidade de prova aplicada em computador, esta é a única diferença para o Enem tradicional, o impresso. Uma versão é aplicada em papel e a outra em computador. Mas, para ambos os casos, as provas são aplicadas em um local de provas, com aplicadores. A utilização de tecnologias de maneira adequada, pode contribuir com melhorias em qualquer tipo de processo, sobretudo, aqueles com intensidade de atividades logísticas.

Provas e avaliações de cursos: há casos, em Jundiaí por exemplo, de um curso receber avaliação 4 do MEC. Depois, os alunos formandos fazem a prova e o curso passa para nota 2. O senhor acha essa situação ideal já que os alunos acabaram de se formar, a nota não vai para o histórico deles e o curso acaba sendo prejudicado?

Casos específicos precisam de aprofundamento de informações para análise.

Qual a relação de dependência do Inep em relação ao MEC dadas as atuais circunstâncias tecnológicas e de pessoal do órgão, o principal avaliador da educação brasileira?

O Inep é uma autarquia vinculada ao MEC. É importante e natural que estejam articulados e que possam desenvolver projetos e políticas públicas de qualidade.

Quais as estratégias que precisam ser adotadas para se efetivar a educação continuada no ensino brasileiro?

É uma excelente questão e caso provocado espero contribuir com sugestões, a educação é uma maneira de aprimoramento pessoal e da sociedade.

Quais as políticas para grande demanda educacional de ensino médico e técnico que o INEP poderá implementar para aumentar o número de vagas nas escolas públicas?

Respondendo como observador e não membro do poder executivo, vejo que existe no Brasil, uma necessidade de aumentar a produtividade, o nível técnico forma profissionais prontos para as atividades econômicas. São conceitos importantes de políticas públicas.

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