EXÍLIO e Nossa Senhora. Sem arredar os pés do Céu

exílio

Com Maria, a Senhora do Desterro, Unidos para superar o Exílio, o tema da Festa da Padroeira de nossa Diocese neste ano, que está acontecendo e tem o seu encerramento no próximo domingo.

Quando o Padre Márcio Felipe, pároco da Catedral, com seu entusiasmo e dedicação ao que é de Deus, anunciou o tema, pela bagagem e lembranças que se carrega, me vieram de imediato versos que nosso saudoso pai costumava declamar e, segundo ele, foram proferidos por Dom Pedro II, ao ser expatriado: “Isabel, filha querida, / Teresa, santa mulher, / Como é triste a despedida, / Mas a pátria assim o quer”.

Exílio é uma palavra intensa, dolorosa, que carrega separação, distância, o cruzar de fronteiras com sombras do lado de láe angústias do lado de cá, ausências…

Que tema mais adequado para o tempo que estamos experimentando – tempo de pandemia e sequelas dela -, empurrados para o exílio dos que amamos; esticados a ponto de sangrar laços que foram construídos ao longo dos anos; banidos, às vezes, de nós mesmos na tentativa de não ferir os pés na realidade dos caminhos de lonjuras tantas.

Recordei-me também da música: “…Retornar do cativeiro/ Fez-se sonho verdadeiro/ Sonho de libertação. / Ao voltarem os exilados/ Deus trazendo os deportados/ Libertados pra Sião…”

O tema nos remete a Nossa Senhora, seu Menino e São José a caminho do Egito, sob as ameaças do rei Herodes, e lá vivendo sem se perder de Deus. No exílio, sem arredar os pés do Céu.

Quem é essa Senhora? Frei João Costa, OCD, no Boletim dos Carmelitas Descalços de Portugal de julho, escreveu: “… É a Mãe de braços fortes e colo fofo, onde, lado a lado com Jesus, podemos aconchegar-nos e secar as lágrimas depois da tempestade. (…) É cândida ternura, cujo olhar de misericórdia se abaixa sobre as dores, erros e alegrias de seus filhos e filhas. (…) Mãe, cujo delicado bálsamo de seu Filho verte, copiosamente, de seu coração valente, inundando de serenidade nossa feridas. (…) Estrela do mar, cujo profundo olhar amaina num segundo os medos do mundo, acompanha os nossos passos lassos e vela o nosso segredo…”

Suas pegadas são visíveis da caminhada de Belém ao Egito, do Egito a Nazaré, de Nazaré a Jerusalém até o Calvário, partilhando a dor de seu Filho na Cruz e a alegria de vê-lo Ressuscitado. Suas pegadas são visíveis nas preces que levam à intimidade com o Altíssimo e aos nos assumir, a pedido de Jesus, como filhos seus. Ela guardava todas essas coisas em seu coração e, sem dúvida, quer derramar no nosso para assoprar as feridas que carregamos.

OUTROS ARTIGOS DE MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

PRESO À CONSCIÊNCIA

MISTURANDO ASSUNTOS

O BELA E A LA BELLA

Na realidade, somos exilados aqui, com vontade do paraíso. Às vezes esse exílio dói mais,pelas perdas,e em outros momentos menos. Como se expressou Santa Teresa D’Ávila “Vivo sem viver em mim/ e tão alta vida espero, /que morro por não morrer. / Vivo já fora de mim, / depois que morro de amor, / porque vivo no Senhor…”

Voltando à música: “Todo povo sofredor/ O seu pranto esquecerá/ Pois o que plantou na dor/ Na alegria colherá”.

Senhora do Desterro, torna-nos de coração do Altíssimo e valente como o seu; ajude-nos a superar os nossos exílios e perdas e intercedei, ainda, por nós, junto ao Senhor para aumentar a nossa fé e para não nos perdermos da Eternidade!(Ilustração: www.arquisp.org.br)

MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de risco.

VEJA TAMBÉM:

REPOSIÇÃO DE VITAMINAS PARA GESTANTES: VEJA VÍDEO COM GINECOLOGISTA LUCIANE WOOD

ACESSE FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES

PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI