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Uma exposição sobre o TEMPO, a música e homens-máquina

Com engenhocas bem‑humoradas e aparentemente precárias, O Grivo pertence ao seleto grupo de artistas sonoro‑visuais brasileiros bem inseridos no contexto das artes plásticas e cujas obras incluem o uso de aparatos inusitados. Quem quiser ter uma mostra desse trabalho inventivo – que trata do tempo, da música e dos homens-máquina – poderá visitar a nova instalação sonora de O Grivo, chamada “Objetos de Medida”, que estará em exibição no Sesc Jundiaí de 17 de Junho a 24 de Setembro, com abertura hoje, às 19 horas, com uma intervenção musicada no Teatro.

Diferentemente de outros artistas, porém, – e graças, em parte, à formação musical de seus integrantes – as obras d’O Grivo priorizam a sonoridade: embora o efeito visual esteja longe de ser casual, a imagem é consequência da dimensão musical. Os percursos sonoros que criam são, além de uma nova maneira de ouvir, uma nova maneira de ver os mecanismos de produção do som.

Ao longo de mais de 20 anos de carreira, a experimentação sonora tem sido o foco do duo (formado por Marcos Moreira e Nelson Soares) que cria diálogos entre a imagem, escultura e som. A partir de mecanismos feitos de roldanas, caixotes de madeira, pequenos motores em aço, fios elétricos, materiais de robótica, fitas de silicone e até linhas de algodão, o “Grivo” não para de criar e aperfeiçoar suas peças ao longo dessas duas décadas de invenção e criação.

A inédita ambientação criada por O Grivo apresenta uma plataforma sonora lúdica e curiosa. De acordo com os artistas, que já se apresentaram no Instituto Inhotim e também estiveram expostos na 28ª Bienal de São Paulo, “é como se o público fosse carregado por um universo paralelo do som, onde cada timbre e cada ruído é algo forte e marcante”.

O duo afirma que de qualquer coisa se tira um ruído, um timbre. De uma linha, de um buraquinho em um disco. “O público perceberá essa sutileza e vai se sentir estimulado a vivenciar esses ruídos”, dizem. Ainda segundo eles, as manifestações sonoras da instalação provocam análises diversas. “Cada um tem na cabeça uma dimensão muito particular do que é o som. As pessoas param para pensar nisso e é essa a ideia”.

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E Jundiaí é uma parada estratégica na produção internacional de Marcos e Nelson. Um dia após a abertura no Sesc os artistas seguem para os Estados Unidos onde iniciam a montagem da exposição Soundtracks no SFMOMA (San Francisco Museum of Modern Art), que acontece entre 15 de julho e 01 de janeiro de 2018. Em julho a dupla também realiza um show em Nova York produzido pela Organização Triple Canopy.

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