Nada melhor que “começar do começo”: o que são essas fases da Lua, e o porquê da variação de seu formato, às vezes visível aos olhos, às vezes não?
De forma bem resumida, podemos dizer que há um “sistema” englobando o Sol, a Terra e a Lua, com posicionamentos bem definidos em um período de 29,5 dias, que é chamado de mês lunar. A Lua gira ao redor da Terra em uma órbita elíptica (elipse é uma figura geométrica semelhante a uma bola, mas achatada em cima e embaixo); este movimento, combinado com a posição do Sol, faz com que nós, observadores da Terra, vejamos ao longo desse mês lunar uma sequência de partes da Lua: cheia, crescente, nova, minguante e cheia novamente.
Que tal colocar uma imagem para facilitar a compreensão? Abaixo temos os desenhos das fases da Lua: a parte escura é a região não iluminada, “não visível” aos nossos olhos. Olha só:
Vemos no primeiro desenho a lua inteira, cheia; depois, parcialmente, o que chamamos de quarto minguante. A fase da lua em que ela está lá, mas invisível aos nossos olhos é mostrada no terceiro desenho, é a nova; passa-se depois para o quarto crescente, que parece a letra “c”, (um truque pra que a gente não erre essa fase!), retornando à cheia.
Como 29,5 é muito próximo de 30 dias, temos 12 meses que correspondem a 12 “lunações” em um ano completo. Fechou!
Uma curiosidade: porque denominamos “quarto minguante”, ou “quarto crescente” quando o que vemos é metade? Retomemos a imagem, novamente: para facilidade, desenhamos (e vemos) metade da lua; então, nesses dois casos, na realidade não é metade, mas metade da metade: um quarto!
A agricultura, tão interligada com a natureza e seus elementos, sejam o solo, as matas, com seu sombreamento e raízes, as chuvas, os ventos, têm nas fases lunares outro fator de influência, direto e ao mesmo tempo sutil: irá regular os movimentos de subida e descida da seiva e da água no interior das plantas, assim como o faz com as marés, em volumes gigantescos.
Vejamos: é na lua cheia que se podem colher frutos que estarão no seu máximo de sabor, cheios de suculência, como por exemplo o abacaxi, o tomate. Sim, o tomate é fruto!! Mas atenção, pois essa explosão de energia traz um preço: têm menor vida de prateleira.
Da lua cheia, passa-se à fase de quarto minguante: nessa mudança de ciclo, os líquidos vão migrando para as partes mais baixas da planta, que são as raízes: então, tudo que se desenvolve debaixo da terra germina e cresce melhor, como o rabanete, nabo, cenoura.
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Chega-se à lua nova, fase em que não conseguimos visualizá-la no céu e que exerce sua menor força gravitacional na Terra: hora de fazer as podas de manutenção e limpeza, atualização e revolvimento dos canteiros; se plantar, que sejam as folhosas.
Vem então o quarto crescente, que como diz o nome, favorece o plantio e o crescimento do que está acima do solo, como feijão e uma infinidade de outras culturas.
Seguem-se os ritmos e os ciclos, lunares e das culturas agrícolas, medicinais, aromáticas, e também das não agrícolas, mas existentes no planeta para compor sua riqueza e biodiversidade ímpares.
Para saber mais: Centro de Divulgação da Astronomia/USP – https://bit.ly/2rqYU41
Engenheira agrônoma e advogada, com mestrado e doutorado na área de análise ambiental e dinâmica territorial (IG – UNICAMP). Atuou na coordenação de curso superior de Gestão Ambiental, consultoria e certificação em Sistemas de Gestão da qualidade, ambiental e em normas de produção orgânica agrícola.