‘Laranja’ de vereador cassado mora no FAZENDA GRANDE

A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo deu detalhes sobre a moradora de Jundiaí usada como ‘laranja’ do vereador Camilo Cristófaro (PSDB), cassado na última quinta-feira: A.M.C.S tem mais de 80 anos e mora no Fazenda Grande. No sistema de pesquisa do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ela doou R$ 395 mil para políticos nas últimas eleições.

De acordo com o site G1, o Ministério Público contestou a doação recebida por Cristófaro alegando que Ana Maria não tinha capacidade financeira. A prova é que ela não declarou renda nem bens em 2015 e estava registrada como desempregada no cadastro geral de emprego e desemprego (Caged). O juiz eleitoral concordou com os argumentos e configurou a doação como caixa dois de campanha. Ele escreveu ainda que a doação é um indício de que a mulher foi usada como laranja ou que há um esquema de lavagem de dinheiro.

Para Cristófaro, ela teria doado R$ 6 mil. Agora, a Procuradoria também está investigando o prefeito de São Caetano do Sul, José Auricchio Júnior (PSDB). Ele é suspeito de receber doações fraudulentas. Dos R$ 395 mil ‘doados’ pela moradora de Jundiaí, Auricchio recebeu a maior parte, R$ 293 mil. Outros R$ 57 mil foram para o candidato a vereador Luiz Vencigueri. Já R$ 39 mil para o candidato a vereador Roberto Vágner Ribeiro Barbato. Os dois são do mesmo partido do prefeito e não foram eleitos.

Em nota ao G1, o prefeito José Auricchio Júnior informou que todas as doações recebidas foram declaradas com transparência e que as contas da campanha foram aprovadas pela Justiça Eleitoral. A reportagem do site de notícias não encontrou os candidatos a vereador Luiz Vencigueri e Roberto Vagner Ribeiro Barbato. O restante do valor doado pela moradora do Fazenda Grande foram para o vereador cassado da capital. A Justiça determinou a cassação do mandato de Cristófaro por fraude na captação de dinheiro para a campanha.

“Foi feita uma doação através de cheque. Essa doação foi depositada na conta Bradesco da campanha eleitoral. Foi retirado o recebido eleitoral, foi apresentado em 24 horas na prestação de contas. Não existe dolo, não existe a intenção. Tudo foi feito dentro da lei”, disse o vereador cassado.(Foto: saocaetanodosul.info)