Felinos selvagens do Brasil: Admiração entre observadores estrangeiros

felinos selvagens

Uma das primeiras lições que se aprendem em aulas de Geografia é que o Brasil é uma das poucas nações do mundo com dimensões continentais. À primeira vista esse é apenas um factoide interessante, colocando o Brasil no patamar de outras grandes nações em questões dimensionais como os Estados Unidos e a Rússia. Mas tal perspectiva ignora todas as benesses que vem junto com tal “gigantismo”, principalmente em fatores climáticos, geográficos, flora e fauna com seus felinos selvagens.

O clima é um dos grandes determinantes para a diversidade de flora e fauna que existe no Brasil, com o país tendo vários biomas de norte a sul e de leste a oeste. Da Floresta Amazônica aos pampas gaúchos, sem esquecer nossos rios e costa litoral, são milhares de espécies de plantas e animais silvestres convivendo entre si, e fazendo seu melhor para se adaptar às circunstâncias que nós humanos impusemos a estes seres.

Algumas destas espécies de plantas e animais existem em abundância, principalmente entre os que conseguiram se adaptar à vida urbana depois de perderem parte de seus habitats naturais como saguis e gambás. Mas o Brasil é também território para várias espécies ameaçadas de extinção em seus vários biomas, que mantém hoje em dia um equilíbrio frágil face a ação humana e infelizmente predatória em alguns aspectos que coloca tais espaços em situações ainda mais perigosas.

Os felinos selvagens do Brasil estão entre este grupo. Eles que são um dos grandes símbolos da nossa diversidade silvestre, e que antigamente poderiam ser encontrados por toda a extensão territorial do nosso país, se encontram em posição cada vez mais precária com a perda do seu habitat a partir da ação humana. Mas a batalha pela proteção destas espécies que fascinam tanto os brasileiros como os estrangeiros que admiram as nossas peculiaridades ainda não está perdida.

Felis catus e pantera onca – O felino mais presente no Brasil é obviamente o gato doméstico. Sua popularidade só cresce ano a ano, ainda que sua presença em domicílios não faça ainda frente ao número de cães espalhados pelo mundo. E no caso dos bichanos, em alguns ecossistemas eles podem se tornar um problema por predarem animais como pequenos répteis e pássaros.

Já se tratando dos felinos selvagens, o maior representante do Brasil – e também o terceiro maior felino do mundo – é a icônica onça-pintada. O animal que ilustra nossa cédula de R$ 50 desde 1994, é também presença em vários documentários incluindo Jaguars – Brazil’s Super Cats, produzido pela emissora de televisão britânica BBC e disponibilizado na Amazon Prime.

O fascínio estrangeiro pela onça também chega aos jogos de caça-níquel como Exotic Cats, desenvolvido pela também britânica Microgaming. O jogo lança mão de imagens e sons dos grandes felinos do mundo, incluindo a onça-pintada, para imergir seus jogadores nos ambientes onde estes animais se encontram presentes. E naturalmente não podemos nos esquecer da novela “Pantanal” e sua icônica abertura focada em uma onça pintada, que era também parte central da trama. Tem-se a expectativa de que a novela ganhará um “remake” da Rede Globo em breve, que terá como lugar de gravação a mesma fazenda da novela produzida em 1990.

Ao mesmo tempo que a onça-pintada é o maior felino das Américas, ela é também uma das espécies mais ameaçadas pela ação humana. O alerta mais recente quanto a esse perigo veio com as queimadas que tomaram o Pantanal no ano passado, com uma onça resgatada por agentes ambientais tornando-se uma das imagens mais marcantes daquele evento. Tal onça, que ganhou o nome de “ousada” pela sua coragem, mostrou também a resiliência da espécie em si por já ter alcançado sua total recuperação meses após seu retorno à selva. Há também esperanças para a espécie graças aos esforços de inseminação artificial que demonstraram sucesso em Jundiaí em 2019, com uma onça-pintada dando luz a um filhote na Associação Mata Ciliar pela primeira vez no mundo.

O Brasil é casa também de dois outros grandes felinos de destaque entre admiradores da família Felidae. Uma das espécies é a onça-parda, cujo território se estende por basicamente todas as Américas até o limite ártico do Canadá, onde as baixíssimas temperaturas impedem sua presença. A outra é a jaguatirica, que pode ser encontrada em algumas partes no litoral leste da América Central e em quase toda a extensão do “cone norte” da América do Sul, chegando até ao norte da Argentina e ao sul do Brasil. Por sorte estas espécies não se encontram em situação de perigo tão grande quanto a onça-pintada.

Avanços, retrocessos e promessa de mais avanços – Desde os anos 1980, antes mesmo da realização da conferência mundial Eco-92 sobre o meio-ambiente no Rio de Janeiro, o mundo já se atentava aos esforços do país para a conservação da sua fauna e flora. Alguns avanços foram alcançados a partir da criação do Ibama em 1989, e o seu reforço nos anos 2000 com a chegada de mais especialistas em seus postos e a criação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em 2007. Mas tais esforços tem sofrido retrocessos em anos recentes, como as queimadas anteriormente mencionadas no Pantanal demonstraram.

Infelizmente os felinos selvagens do Brasil são altamente vulneráveis a estes problemas. A intervenção humana nos seus ecossistemas afeta onças-pintadas, onças-pardas, jaguatiricas e tantos outros felinos diretamente e também indiretamente, uma vez que espécies das quais os animais se alimentam também são impactados de forma negativa. O efeito acaba sendo multiplicado de forma negativa, podendo levar a grandes perdas nos números de espécimes disponíveis nestes ecossistemas e colocando tais animais cada vez mais próximos da extinção.

Mas nem tudo está perdido. Por sorte nossos ecossistemas, tanto na parte de flora quanto de fauna, demonstram uma capacidade incrível de recuperação depois de choques adversos. Ainda que o ideal seja fazer o máximo para evitar tais choques em primeira instância, os esforços recentes de líderes mundiais em colocar a relação do homem com o meio-ambiente como uma das prioridades da agenda econômica para os próximos anos deve trazer bons frutos para os esforços de conservação no Brasil. Caso isso se concretize, a natureza mais do que agradece.(Fotos: Mata Ciliar/Jundiaí)

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