FELIZMENTE ou infelizmente, o tempo sempre vai correr

FELIZMENTE

Fui surpreendido com uma herpes zoster facial. Não sabia o que era nem como era nem nada. E, de repente, meu rosto estava vermelho, começando a bexigar. Coceira infernal, dor imobilizante. Sim, felizmente ou infelizmente o tempo sempre vai correr e lá fui ao pronto socorro, a princípio, tentando me livrar de uma conjuntivite, que fora diagnosticada pela médica de plantão. Passadas 24 horas os olhos estavam mais inchados, coçavam muito e o rosto estava vermelho, em brasa.

No retorno, o outro plantonista sugere que abandone o tratamento da conjuntivite e aponta para uma forte alergia, visto haver encontrado picadas de inseto em minha sobrancelha e perto do meu ouvido esquerdo. Sou paciente. Agi como tal e…volto para casa confiante em ter acertado o segundo diagnóstico. Mas não consigo dormir devido a dor e a coceira.

Acordei mais inchado. Volto ao hospital e passo pela terceira triagem, terceira espera e terceira consulta. Ao entrar no consultório, a médica que me atende diz: bom dia senhor….senhor desta herpes zoster em seu rosto, de que mais você se queixa? Cai na cadeira, quase desmaiei, por dois motivos: um por ter sido imediatamente diagnosticado com firmeza e assertividade, outro pelo fato de ser herpes, o que nunca tive nem julguei que teria.

Expliquei dos diagnósticos anteriores, no que a médica, já bem experiente, disse tratar-se de equívocos (para mim teria outro nome), mas sai de lá com receituário e um encaminhamento ao Hospital dos Olhos, na Vila Progresso, para que tivessem uma opinião sobre a estrutura dos olhos. Atendimento de primeiro mundo, atenção, respeito ao paciente, escuta e exame (exame quer dizer: tocando no paciente, verificando as chagas, limpando a secreção, orientando).

Em dois dias meu rosto já era outro, as vesículas já quase vazias (ou estouradas), pomada por todo lado, repouso, comida em horário adequado, medicamento sequenciado. A coceira existe ainda, bem como o inchaço, já bem discreto, mas a dor!!! A dor é humilhante, é desestabilizadora. Realmente conheço pouco de dor, porque meu limiar a dor é muito alto, mas esta dor é diferente. Ela é incapacitante.

Entendo, depois de ouvir muito, que dei bobeira com minha imunidade. Tropeços afetivos-emocionais e perdas não tão bem resolvidas deixaram-me vulnerável, pagando um preço cruel. Mas, aprendi, é claro. Além de trazer a tona a dimensão da dor, trago minha gratidão à doutora Eliana, que me atendeu com profissionalismo e esmero digno que uma ser humano que trata da saúde de seres humanos. Ela é gente cujo exemplo merece ser seguido. Doutora Eliana, da Sobam. Parabéns.

E agora vamos conversar sobre o incompreensível. Aquilo que todo mundo fala, discute, analisa, mas não compreende. Semelhante ao fato trazido em cena na ultima crônica. O BBB20, por exemplo. Petrix foi eliminado, quando dizia e acreditava que era amado pelo Brasil; apenas 82% de votos tiraram o atleta do programa. Vítima de seu próprio veneno, ironizou a todos, plantou uma liderança regida pelo medo e pela audácia, diante de alguns covardes que temiam suas ordens.

Então, não assisto mas ouço e leio. E pelo que li e ouvi, a casa mais vigiada do ano sentiu certo alívio e o ex-algoz ficou mansinho, mansinho. Na posição de “não disse”, “não fiz”, “não foi esta minha intenção”, “não pensei nisso, no momento”. Este filme é repetido em muitas casas, em muitas famílias e em muitos namoros; será que aprenderemos um dia?

Outra coisa interessante é o aumento das discussões sobre gênero, tolerância, libertação feminina. Mas seria bom analisarmos o que ouvimos e o que vemos, porque estamos diante de abusos de ambos lados, sem responsabilidade nem cuidados necessários para uma vida adequada. Uns se perdem por não saberem dosar a adequada relação homem-mulher, outros se perdem porque entendem que é momento de beber toda a água da fonte. Nem tanto ao céu, nem tanto à terra.

Inclusive vale a pena lembrar que beber até cair, expor-se fisicamente para o homem amado, fazer insinuações maldosas diante de todos não garante avanço nem melhora de status; apenas dificulta a autodescoberta; apenas diminui a autoestima e a autoconfiança. Enfrentar o medo do desconhecido não significa esfacelar-se diante do outro. Enfrentar o medo é edificar com fibra e sabedoria, conquistar o espaço supostamente inexistente. Enfrentar o medo.

E a ministra queridinha do Brasil começa a faxina em seu espaço de trabalho, exonerando sua adjunta, uma reverenda. Algo que deve entrar no questionamento de todos é a enchente de reverendos e militares. A formação técnica não é mais relevante? O saber exercer funções não tem mais necessidade? Qual o critério usado para escolher cada um para uma posição? A melhor voz de comando ou o maior número de cultos assistido? E a formação técnica, como fica?

Não sei se veremos a tal luz no fim do túnel. Não estamos conseguindo ver nem o túnel.

Por outro lado, que confusão com os documentos que investigam a vida do inocente filho do ex-presidente-inocente Lula. É um tal de avança e recua que a situação nunca chega a um ponto de julgamento. Deve ser difícil buscar algo errado num emaranhado de coisas tão certas, não é? Esperemos que um dia, com tempo ainda hábil, a coisa ande e confira liberdade para o correto e cadeia para o corrupto. Não que haja corrupto no Brasil.

OUTROS ARTIGOS DE AFONSO MACHADO

POR QUE VOCÊ ME PERGUNTA?

ESCURIDÃO JÁ VI PIOR…

PENSANDO NO FUTURO

COISAS DO BRASIL

Mas, enquanto isso, em terras tupiniquins, a ministra Damares está preocupada em cuidar das relações sexuais da juventude brasileira. Ela deve distribuir senha para conferir a virgindade e os gozos dos brasileiros, uma vez que não tem nada mais a fazer. Não sei se veremos a tal luz no fim do túnel. Não estamos conseguindo ver nem o túnel.

Triste ter que assumir que Neymar aprontou mais uma. Demonstrou que fazer 28 anos não significa adquirir maturidade (aliás, está longe disso, convenhamos); tripudiou o adversário e foi punido pelo árbitro, que exerceu sua função sem titubear. Pessoas idôneas, como este árbitro, merecem ser aplaudidas; são situações assim que modulam os comportamentos inadequados.(Foto: egy.hu)


Afonso Antonio Machado é docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.


VEJA TAMBÉM

CLIMATÉRIO E MENOPAUSA: MUDANÇAS NA PELE, CABELOS E UNHAS TÊM SOLUÇÃO. VEJA VÍDEO COM A GINECOLOGISTA LUCIANE WOOD

FISK DA VILA VIRGÍNIA COMPLETA UM ANO. VOCÊ GANHA FESTA E DESCONTO DE 10%

REUNIÕES PEDAGÓGICAS DO ROSA: AÇÕES PARA CONCRETIZAR PLANOS

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES

PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI