Publicado neste mês, o trabalho desenvolvido por fisioterapeutas do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV) foi destaque em um dos mais importantes periódicos de divulgação de trabalhos científicos provenientes de pesquisas relevantes na área da saúde, o International Journal of Health Science. O estudo, realizado em 2021, contou com a participação de 21 pacientes que contraíram a Covid-19, passaram por internação e, após a doença, apresentaram certo grau de comprometimento da funcionalidade mental e de mobilidade.
Responsáveis pelo levantamento dentro da unidade hospitalar, o supervisor da equipe de fisioterapia, Daniel Gimenez e a fisioterapeuta Monique Olivia Burch(foto), aplicaram o questionário entre os meses de agosto e dezembro de 2021 e, com a autorização dos entrevistados, iniciaram o projeto de pesquisa. “Nosso objetivo era identificar se esses indivíduos, que já não estavam mais na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), possuíam alguma alteração funcional após a doença, se isso havia interferido na qualidade de vida deles. Nós fizemos essa coleta com os pacientes que, mesmo internados, já não estavam mais com a doença e sim se recuperando dela. Todos estavam bem, conscientes e apoiaram nosso projeto. Nenhum deles foi identificado já que o foco era somente avaliar o estado clinico dos mesmos”, explica Daniel.
O supervisor ressalta que todo esse processo conta com embasamento cientifico e com a participação do Comitê de Ética da Faculdade de Medicina de Jundiaí e do hospital. “As validações são necessárias para que a ação não apresente nenhuma implicação ética que possa trazer qualquer tipo de prejuízo ou constrangimento para o paciente”.
Após meses de trabalho ativo, os fisioterapeutas concluíram o estudo e os resultados foram desafiadores. “É importante dizer que uma boa pesquisa em saúde deve considerar resultados bons e ruins, pois desta forma saberemos como proceder, como cuidar de cada parte que necessita de mais atenção da equipe. Observamos que esses pacientes tiveram sim um impacto na qualidade de vida, diretamente relacionada a cognição. Esses indivíduos apresentaram problemas com relação a percepção de tempo e espaço. Também notamos pacientes com déficit ou prejuízo na mobilidade. Claro que, posteriormente, esses pacientes terão que ser acompanhados por especialistas”, orienta Gimenez.
Ciência e Saúde – A atuação dos profissionais da saúde no ambiente educacional – como no caso dos fisioterapeutas que tiveram o artigo publicado – é fundamental para a descoberta de novas patologias, tratamentos e desenvolvimento de medicações. Além do atendimento clinico e hospitalar, é importante que os representantes das especialidades estejam empenhados em publicações como essas.
“Faço questão de evidenciar o trabalho da fisioterapia nessas pesquisas, pois é muito relevante para a comunidade científica. Nós conseguimos produzir um material de qualidade, que compreende o comportamento da doença e o comportamento dos tratamentos nas questões que levantamos. É um conhecimento que merece ser divulgado, que contribui com a saúde mundial. É algo que dá bastante trabalho, mas é recompensador saber que lá na ponta um paciente será beneficiado”, se orgulha Daniel.
“É muito gratificante. Estou no hospital há um ano e essa é a primeira vez que participo de um estudo assim. Estou ingressando agora no mestrado e essa é uma parte muito importante para o meu desenvolvimento profissional. Por meio dessa pesquisa, mostramos o quanto o movimento e a fisioterapia são importantes para a recuperação desses pacientes que ficam tanto tempo internados com Covid-19 e principalmente, como ele retorna para seu lar”, compartilha Monique.
VEJA TAMBÉM
MÊS DA JUVENTUDE TEM PROGRAMAÇÃO HÍBRIDA EM CAMPO LIMPO
ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES