Difícil falar de flores e não passarmos pelas rosas: não é à toa que muitos as chamam de “rainha”, por reunir em si muitos atributos, desde os tempos ancestrais e se manter bela e altiva, nos quatro cantos do planeta. É magia ou não?

Em algum ponto do Oriente a rosa surgiu, há cerca de 35 milhões de anos, sendo levada à Grécia e encantando, com seus poderes medicinais e alimentares, fazendo parte dos poemas épicos de Homero e da mitologia. Até hoje os mercados gregos vendem pétalas de rosa para serem utilizadas em preparação de geleias, doces, pães e extratos, movimentando uma cadeia produtiva gigantesca na região da Bulgária, Marrocos (norte da África) e outros países com essa tradição.

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A rosa pertence à família das Rosáceas, a mesma da maçã, marmelo e morango, com um sem-número de espécies híbridas, fruto de cruzamentos ao longo das culturas pelas quais passou e brilhou, até hoje. A rosa mais antiga cultivada nas Américas é a Rosa chinensis, vindo ao Brasil no século 18 (1701-1800).

As rosas figuravam nas armas e brasões dos heróis da Guerra de Tróia, conflito sangrento entre gregos e troianos. Manteve sua presença suave em mais um ambiente bélico: na Inglaterra, de 1455 e 1485 a rosa vermelha dos Lancaster disputou o trono com a rosa branca dos York, ambos senhores feudais ingleses que levaram o país a uma guerra civil por 30 anos, a Guerra das Rosas, para compensar as perdas de seus territórios na França ocorridas na Guerra dos 100 anos. Infelizmente não há rosas que cheguem para atenuar os malefícios de uma guerra.

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Pois falar de rosas é falar de amor, de paz, de beleza…e de magia! Seu perfume, suave, é utilizado em toda sorte de óleos, medicinais, cosméticos, até mesmo em pastas de dente. Quem não se lembra do Leite de Rosas, num frasquinho cor de rosa ‘pink’, que deixava a pele de nossas mães e avós limpa, hidratada e perfumada? E toda a família usava, ah, sim, desde 1929 até…os dias de hoje: é um coringa! Outro é a Água de Rosas, com efeitos relaxantes, que pode ser feita com receitas caseiras para sempre tê-la à mão, fresca, para nos ajudar a renovar os ânimos, diariamente.

Por ser longeva, percorreu muitos caminhos, na história e na vida da humanidade, espalhando suas cores e sentimentos. Como as rosas vermelhas, símbolo da paixão; rosas amarelas, da amizade e alegria e as brancas, da paz e vibrações positivas. E as variegadas, ou multicolores, que têm um pouco de tudo: mas isso é por minha conta…

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Presente na poesia, vem à memória uma linda canção, que leva seu nome, imortalizada pelo mestre Alfredo da Rocha Viana Filho, ou Pixinguinha, que colocou melodia na letra magistral de Otávio de Souza, em 1917: “Tu és, divina e graciosa estátua majestosa, do amor, por Deus esculturada…”. Otávio, mecânico do Engenho de Dentro, bairro carioca, lamentavelmente morreu moço. Em vida, mostrou a letra ao maestro, que se encantou com sua inteligência e assim nasceu “Rosa”, interpretada magistralmente por Orlando Silva, e por outros, inclusive Marisa Monte.

Magicamente, diz-se que as pétalas de rosa têm o poder de afastar qualquer vibração negativa, exalando tão suave perfume que protege as pessoas, sem que se aperceba. Por esse motivo espalham-nas na entrada de estabelecimentos, ou em casamentos, recepções e eventos em que se desejam ser especiais, mantendo o espírito elevado em todo o ambiente. De quebra, há quem garanta que afastam insetos e pulgas daqueles cantinhos estratégicos: xô, xô!!. (Foto principal: www.bonanza.com)


ELIANA CORRÊA AGUIRRE DE MATTOS

Engenheira agrônoma e advogada, com mestrado e doutorado na área de análise ambiental e dinâmica territorial (IG – UNICAMP). Atuou na coordenação de curso superior de Gestão Ambiental, consultoria e certificação em Sistemas de Gestão da qualidade, ambiental e em normas de produção orgânica agrícola.