E de passo em passo, vamos percorrendo a caminhada prevista. Fazendo a História de Nossa Vida, com tenacidade e alegria, pelos obstáculos vencidos e pelas dificuldades reais, que surgem aqui, ali e acolá e acabam afetando a já tão frágil humanidade. A grande sacada está em não perder o foco nas esquinas da Vida; nos atalhos; nos becos. Cada um deles tem um detalhe engrandecedor e preocupante, porque estes detalhes são feitos com a textura da Vida, sua cor, seu odor e seu paladar. Portanto, vamos caminhar. Vamos traçar a nossa Vida.

Iniciaria dizendo que me ausentei estas duas semanas porque resolvi dirigir toda minha atenção à Vitória, minha cachorra e companheira de 19 anos. Ela carecia desta minha parcela integral de carinho, nesses dias. Porém, fui armazenando observações e curiosidades, decorrentes dos fatos da quinzena, o que venho trazer hoje.

Não posso deixar passar a surpresa que todos tivemos diante do incêndio àquela clínica particular, no Rio de Janeiro, que não estava habilitada totalmente pelo Corpo de Bombeiros, para funcionar. Daí começou-se a especular sobre a habilidade e capacidade dos dois brigadistas, em agir acertadamente, na ocasião. Claro, como se todo o socorro dependesse destes dois brigadistas. As falhas anteriores não são questionadas?

Porém, mudando de cenário, e vindo a Jundiaí, alguns órgãos midiáticos da cidade se empenharam em investigar a situação, semelhante à carioca, em nossa cidade. E, de maneira surpreendente, um deles constatou que postos de saúde, UBSs, o Polytheama e até a Prefeitura não contam com o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiro(AVCB).

A prefeitura avisou que investirá aproximadamente R$ 500 mil para a regularização. O Corpo de Bombeiros, conta com poder de fiscalização desde 9 de abril deste ano. Mais de 30 estabelecimentos da cidade já foram advertidos. Isto nos aponta que diante de nossos olhos e bem próximos da gente, temos o mesmo descaso que será revertido somente no próximo ano. Somente em 2020. Será que nos lembraremos de verificar isso?

Outra proposta de análise e de muita observação fica por conta do mês dedica à prevenção do suicídio. Muitas palestras, muitos encontros, muitos debates aconteceram em nossa cidade, em especial. Vários grupos de apoio, várias entidades sociais e de classe se uniram para divulgar propostas que auxiliassem àqueles com ideação suicida. Ressalto e reforço que temos três faculdades de Psicologia na cidade, com atendimento gratuito ao público em geral, com atenções específicas e fundamentadas, favorecendo novos olhares, novas perspectivas, novas saídas para um momento de crise.

Espero que tenhamos lucidez e coragem para romper com nosso silêncio e dor interiores e busquemos apoio psicológico, para nos fortalecer e nos possibilitar novas rotas e novas propostas de Vida. Para tanto, ai estão nossos atendimentos psicológicos gratuitos e os demais outros atendimentos, junto às clínicas e consultórios psicológicos que podem oferecer um trabalho consciente e fortalecedor.

Suicídio não é fraqueza nem é bobeira; suicídio é um momento de forte instabilidade psíquica e de uma dor intensa. Carece ser olhado com olhos tecnicamente treinados e ouvidos apurados, para que se mobilizem forças para transformar o momento de fragilidade interior em resistência psicológica que nos conduzam à uma trilha menos amarga e mais empreendedora.

Lidar com pessoas com ideação suicida não é para leigos. Não se trata de um gesto de afinidades ideológicas ou religiosas ou de amor a humanidade. É um aspecto psicológico de extrema periculosidade e atenção, em que o profissional necessita estar realmente preparado para abordar a questão. Fica a dica. Com classe…mas também sei falar de outra maneira.

E a Semana do Envelhecimento, sim, do envelhecimento porque não é da melhor idade. Como pode ser melhor idade se acumulam-se as dores de todas as articulações, os silêncios, os desamparos, os remédios e os baixos salários? Melhor para quem? É, sim, a Semana do Envelhecimento. Pode ser de um envelhecimento saudável ou feliz se soubermos fazê-lo.

Nossa cidade foi presenteada com inúmeras palestras e reuniões e ações relativas a esta fase de desenvolvimento humano, que merece nossa atenção. Diante das inúmeras abordagens apresentadas, vimos muitas propostas de atuação, semelhantes às que são propostas pela FATI, faculdade da terceira idade que funciona no período da tarde, da Anhanguera.

A FATI, onde dou aula(foto acima), propôs oficinas e conversas que analisaram este período, com olhares reais e acadêmicos, sem romantismo e sem eufemismo, mas com firmeza e realidade, discutindo a fase como merece ser encarada. A finitude é uma decorrência da Vida, outra fase a ser encarada com realismo e que carece de olhares e falas calcadas em estudos e não no senso comum.

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Falar do envelhecimento remete a falar em aproveitamento da parte boa da vida; em aproveitar e aplicar aprendizagens anteriores e ampliar a rede de apoio com pessoas que povoem nosso contexto atual, que entende das dificuldades propostas pela fase de vida em questão. Feliz daquele que mantém seus verdadeiros amigos e amplia seus contatos sociais no decorrer da vida.

Falar do uso de remédios, das mudanças de comportamentos, das alterações fisiológicas e emocionais, tratar de perdas e ganhos, analisar posturas diante do novo e acreditar na felicidade é motivo para muitas reuniões e propostas de avanço, em que se pensa e aplica melhorias aos que tudo nos deram. É olhar e praticar ações que resultem em benefícios voltados àqueles que tiveram poder de mando e hoje precisam manter sua autonomia. No envelhecimento, nossa autonomia nos garante dignidade. Vale a pena insistir em movimentos por um envelhecimento ativo.


Afonso Antonio Machado é docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.


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