Houve um tempo em que o centro de Jundiaí tinha um toque de glamour. Era uma atmosfera diferente que envolvia as duas principais ruas, a Barão e a Rosário. E boa parte disso se devia aos cinemas. Lá estavam o Ipiranga e o Marabá, respectivamente. Aliás, aquela era uma época em que ir ao cinema não era coisa corriqueira. Era um evento!
Ipiranga e Marabá juntos atraiam centenas de pessoas todos os dias. As noites eram movimentadas. Filas se formavam para comprar ingressos. Outras, para entrar no cinema.
Era delicioso ver os cartazes dos filmes em exibição, planejar a ida ao cinema contando os centavos.
Lá pelos anos 80, o Ipiranga sofreu uma reforma que foi motivo até para reportagens nos jornais da cidade. Ganhou mais uma sala. Passou a ser Ipiranga 1 e Ipiranga 2! Ambas pequenas, mas aconchegantes.
O Marabá marcou época quando começou a exibir a sessão da meia-noite. Geralmente eram filmes de terror trash, de baixo orçamento e grandes bilheterias.
Os shoppings chegaram e com eles vieram cinemas de última geração. O Ipiranga e o Marabá foram morrendo aos poucos. Hoje, o imóvel do primeiro virou uma loja. O segundo, um estacionamento. Algo parecido com o que acontece no filme “Cinema Paradiso”. Aliás, quem não assistiu a este filme italiano deve vê-lo para compreender a decadência dos cinemas localizados nos centros das cidades.
O fim do Ipiranga e do Marabá é responsável em boa parte pela degradação do centro da cidade, a invasão de prostitutas, travestis e garotos de programa. Com os dois cinemas, o movimento no centro era intenso e afastava estes profissionais. A ausência do Ipiranga e do Marabá deixou espaço para tipos de lazer bem mais carnais do que culturais. (MAS)
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