Antes de mais nada, eu gosto de gente. Claro, que de gente interessante… não de gente que fica reclamando, de gente pessimista, de quem não acredita que algo vai dar certo… Eu acredito em gente que edifica. Em gente que se gosta e que gosta do que faz. Gente que se entrega. Mesmo quando a grana está curta, quando a roupa está velha, o carro sem gasolina ou quando perdeu o voo para o Rio. Gosto de gente que ri à toa, que gargalha, sabe?
Sabe aquele riso contagiante que faz você rir junto? São dessas pessoas que eu gosto. Daquelas que o chamam em um canto, no meio de um velório, e contam uma piada daquelas que você não consegue se segurar e tem de sair correndo para o meio da rua para rir sem parar. Essas pessoas valem a pena!
Porque elas são a razão do viver, movem o dia, transformam as pessoas, aceleram as horas e o fazem perder a hora. E eu não gosto de perder a hora, mas se é para um bom riso… aí, eu perco sim!
Gosto de gente arrumada. Ei, eu não disse grifada, eu disse arrumada. Daquelas que pensam o que vão usar quando vão sair. Se vão vestir bermuda ou calça, tênis ou chinelo e que usam cores! Eu adoro gente colorida…
Calça amarela, blusa azul claro, estampas combinando ou não e… preto! Gosto de gente de preto. Dizem que preto é ausência de cor, mas preto emagrece! Pura bobagem, mas é verdade. Coloca uma blusa branca: engorda! Agora põe uma preta: emagrece! Eu gosto de gente gorda e de gente magra. Para mim não tem essa de quilinhos a mais nem a menos. Eu apenas gosto de gente.
Gente que conversa, que sabe debater o sexo dos anjos. Que sabe o resultado do jogo de vôlei na televisão, mas que não me pergunta sobre o futebol… futebol é para toda gente… e eu gosto de gente diferente. Gente que assiste jogo de polo aquático, que torce para o time de basquete da cidade. Não que eu despreze o torcedor fanático de futebol… o problema é que eu prefiro esportes alternativos. Vibro com a medalha de ouro do atleta na natação.
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Choro quando a bandeira do meu país se eleva na hora do hino. Gosto de gente patriota.
Porque gente patriota tem a cara do seu povo. Gosto de gente que defende seu povo, sua raça, sua classe e suas opções. Gosto de gente que sai em passeata, muito embora eu seja extremamente preguiçoso para isso, mas eu gosto e pronto! O mundo precisa de alavancas, de impulsos e essa gente que sai às ruas tem ideais, gosto de gente com ideais.
Mas, o que eu não gosto?
Não gosto dos fracos, dos que se entregam. Daqueles que desistem sem nem sequer começar. Não gosto de inveja, de olho gordo. Não gosto dos que humilham e nem de ser humilhado. Não gosto da mentira. Não gosto do egoísmo. Não gosto dos que se acham o máximo. Não gosto! Não gosto… Não gosto.
Gosto de sentir a brisa do vento. De ler um livro bem escrito por gente que sabe o que faz. Gosto do mundo, muito embora esteja um tanto maltratado demais. Mas eu gosto de pensar que isso ainda tem jeito. Gosto demais das pessoas, das pessoas que são gente e das que não são. Acredito que ao gostar delas, elas podem aprender a gostar de si mesmas também e mudar seus propósitos. Gosto do céu, das estrelas e da vida.
Eu amo a vida!
E por mais que eu goste de gente também tenho de admitir que amo os animais. Porque animal gosta da gente assim: de graça! Só precisam de atenção. Gosto de gente que gosta e respeita animais. E gosto porque gostar é um verbo que me deixa feliz. Eu gosto de gostar. E de gozar a vida!
Gosto de tudo o que me rodeia e só não gosto de ter de terminar este texto.
Mas sabe o que eu gosto mesmo? Saber que você vai lê-lo… e é justamente por isso que gosto de escrever!
MÁRCIO MARTELLI
É publicitário, editor e escritor. Proprietário da Editora In House que já revelou centenas de escritores da região.