O pagamento de dívidas inscritas na modalidade “restos a pagar” foi usada pelo governo de Wilson Witzel (PSC) para arrecadar propina, de acordo com investigação da PF (Polícia Federal), que cumpre dez mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva (sem prazo) na manhã de hoje(15), no Rio de Janeiro. A informação é do repórter Gabriel Sabóia, do UOL. Witzel é jundiaiense, da região da Ponte São João.
A fraude gerou prejuízo superior a R$ 50 milhões aos cofres fluminenses, de acordo com a PF. A ação de hoje foi autorizada pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e está ligada à operação que afastou Witzel do cargo em agosto. Os nomes dos alvos da operação de hoje não foram divulgados.
A PF diz que a OS (Organização Social) Hospital e Maternidade Therezinha de Jesus, que atua em Minas Gerais e no Rio de Janeiro, recebeu cerca de R$ 280 milhões em dívidas inscritas como “restos a pagar”, em troca de pagamento de propina de 13% sobre os valores quitados.
Apesar de ter direito a receber os valores, a OS esbarrava na grave situação financeira do governo de Wilson Witzel. Dessa forma, a propina era paga para “furar a fila” de pagamentos.
A OS teria usado como intermediário um escritório de advocacia contratado por cerca de R$ 50 milhões. Os advogados teriam repassado mais de R$ 22 milhões para pessoas físicas e jurídicas ligadas a um operador financeiro identificado nas Operações Placebo e Tris In Idem — essa última, responsável por afastar Witzel do cargo e prender o então presidente do PSC, Pastor Everaldo, em agosto.
Procurado pela reportagem do UOL, Witzel ainda não se manifestou sobre a operação e as novas suspeitas.
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