No dia 4 de fevereiro, depois que fortes chuvas castigaram toda a região, uma comitiva do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, esteve em Várzea Paulista. A ministra Damares Alves participou do encontro que tinha como objetivo conhecer de perto a realidade social de Várzea e, com os dados obtidos, verificar a possibilidade de incluí-la em programa sociais do Governo Federal para auxílio às vítimas dos temporais. Na ocasião, segundo o site da Prefeitura, 10 famílias tiveram de deixar suas casas. Cinco pessoas da mesma família morreram. Elas foram vítimas de deslizamento de terra. Quase três meses depois não há uma resposta oficial. O Executivo varzino foi questionado duas vezes. A primeira, no mês passado, quando a tragédia completou dois meses. Agora, mais uma vez, o Jundiaí Agora perguntou sobre o auxílio e não teve resposta. O ministério também recebeu perguntas sobre a ajuda e não deu retorno até agora. No início de março, moradores de Campo Limpo Paulista que tiveram suas casas afetadas pelas chuvas foram avisados que poderiam solicitar – até maio deste ano – o saque do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, o FGTS, por calamidade. O valor máximo para retirada é de R$ 6.220.
Ricardo Eugênio dos Santos(41 anos); a esposa, Tatiane Aparecida dos Santos(30) e os filhos Richard(12), Nicolly(10) e Thayany(um ano), moravam na rua José Pinto de Toledo, no jardim Promeca. A casa da família foi soterrada. Os corpos foram retirados dos escombros pela Defesa Civil. Em três dias choveu 395mm em Várzea. Eram esperados 238mm para todo o mês de janeiro. Entre os dias 29 e 30 daquele mês foram registrados 195mm, a maior média histórica já registrada na cidade. Trinta e oito casas foram interditadas totalmente. As famílias tiveram de deixá-las. Outras 12 foram interditadas parcialmente. Na época, a Prefeitura divulgou ainda que a Defesa Civil atendeu oito pontos de alagamento e 15 deslizamentos de terra, incluindo aquele que matou a família no Promeca.
No dia 2 de fevereiro, o Ministério Público de Várzea divulgou que tramitava – desde abril do ano passado – inquérito civil para apurar o risco de deslizamento de talude na rua José Pinto de Toledo, jardim Promeca. De acordo com o MP, foram exigidas providências da Defesa Civil, incluindo análise de risco e interdição de imóveis. De acordo com nota assinada pela promotora de Justiça Luciane Rodrigues Antunes, “desde então tem-se cobrado do município o cumprimento da recomendação em questão e, em que pese tenha a Prefeitura instituído o programa de auxílio aluguel e realizado levantamento dos moradores por meio de sua Unidade de Desenvolvimento Social, até o momento o Ministério Público, apesar dos inúmeros ofícios enviados, não recebeu resposta do Poder Executivo Municipal sobre o cronograma de execução das obras de contenção do talude nem sobre a data fixada e medidas adotadas para saída dos moradores. O Ministério Público requisitou, mais uma vez, novas informações ao município, na última semana”.
No dia seguinte, o Governo Estadual divulgou que liberaria recursos para Várzea e Campo Limpo. Cada uma iria receber R$ 1 milhão. “A verba estadual poderá ser utilizada na reparação de problemas urbanos crônicos dos municípios, que causam transtornos como pontos de alagamento e deslizamentos de terra”, divulgou o site do Governo do Estado de São Paulo.
Na tarde do dia 4, gestores da Prefeitura de Várzea Paulista receberam, no Paço Municipal, uma comitiva do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, em mais uma busca de recursos para auxiliar as famílias afetadas pelas chuvas. A ministra Damares Alves esteve presente. Os representantes do Governo Federal vieram conhecer de perto a realidade social da cidade e, com os dados obtidos, verificar a possibilidade de incluí-la em programas sociais federais de auxílio a pessoas afetadas pelas fortes chuvas recentes.
A partir daí criou-se a expectativa de que o Governo Federal liberaria recursos para o município para recuperação dos pontos atingidos pela chuva do fim de semana e também reconstrução de casas afetadas. Três reuniões simultâneas ocorreram entre os representantes da Prefeitura de Várzea e do Governo Federal. A principal delas foi com a ministra e a secretária nacional de Proteção Global, Mariana Neri, que tratou justamente da reconstrução da cidade após as chuvas. O problema é que ninguém divulgou prazos para os auxílios chegarem em Várzea.
Por outro lado, as famílias de casas totalmente interditadas receberam a orientação para “contratar um profissional de engenharia civil para elaborar laudo necessário atestando que a casa pode ser habitada, após novas possíveis obras necessárias de forma que, aí sim, possa ser feita uma nova vistoria por parte da Defesa Civil e Unidade de Obras para a autorização da volta dos moradores ao local”.
Jundiaí – Com o fim do período de chuvas, a Defesa Civil de Jundiaí divulgou o ofício do balanço que contém todas as ações realizadas de dezembro de 2021 a março de 2022, incluindo a quantidade de milímetros que choveu em cada mês.
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O principal destaque ficou por conta do mês de janeiro deste ano, que recorde de precipitação em um único intervalo de 24 horas. Entre as 9h do dia 29 e as 9h do dia 30, foram registrados 215,6 milímetros de chuva: o maior índice registrado pelo município de Jundiaí em toda a sua história. Na totalidade do mês, 608 milímetros foram anotados pelos medidos pluviométricos. Apesar da grande precipitação neste curto intervalo, nenhuma morte por complicações causadas pela chuva foi registrada neste período.
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