Um estudo feito pela aluna Rafael Pescarini Fabrício, da Faculdade de Medicina de Jundiaí(FMJ) prova que o número da casos de gravidez ectópica, a gravidez fora do útero, aumentou durante a pandemia de coronavírus. Este tipo de gravidez é a principal causa de morte de mulheres no primeiro trimestre da gestação(9%). A pesquisa demonstra que a insciência é de 1 a 2% em países industrializados. À revista Crescer, a estudante explicou que “após a primeira gravidez fora do útero, a recorrência é de cerca de 15%. Se houver dois ou mais episódios, essa taxa pode chegar a pelo menos 25%”. O Jundiaí Agora entrevistou o médico Thomaz Gollop(foto acima), da FMJ e livre-docente em Genética Médica pela USP:
Por que decidiram estudar a gravidez ectópica?
Gravidez ectópica é reconhecida há séculos. Porém, neste momento o número de casos aumentou muito.
Poderia detalhar como ocorre?
Em situações normais o óvulo é fertilizado pelo espermatozoide forma-se então o embrião que passa por sua vez pela trompa até atingir a cavidade do útero. A causa provável é que durante a pandemia tenha havido um processo inflamatório na trompa que impede a passagem do embrião pela trompa e assim começa a se desenvolver a gestação dentro da própria trompa. O sintoma é ausência da menstruação. Nas fases iniciais, a ultrassonografia faz o diagnóstico de gravidez tubária.
Quando começaram esta pesquisa? Coincide com o período da pandemia de Covid?
Passados alguns meses da pandemia, chamou a atenção a maior frequência de gravidez ectópica.
O estudo detectou aumento de casos também em Jundiaí?
Sim, a observação de maior frequência de gravidez ectópica também ocorreu no Hospital Universitário.
Nove por cento de mortes durante a gravidez e pós-parto é um número considerado alto?
Sim.
O Brasil está incluído na taxa de 1 a 2% de países industrializados?
Não.
Há uma explicação para o aumento dos índices de gravidez ectópica recorrentes?
Há sim, porque a possível etiologia da gravidez ectópica ocorre em ambas as trompas e portanto a possibilidade de uma segunda gravidez fora do útero é maior.
O que a Medicina pode fazer nestes casos? É possível salvar a mamãe e o bebê?
Para a mãe nas fases iniciais das gravidez ectópica é possível fazer um tratamento medicamentoso. Se, entretanto, a gravidez avançar, só a cirurgia com a retirada da trompa afetada resolverá o problema.(André Borges/Agência Brasília)
VEJA TAMBÉM:
CONFLITOS DE GERAÇÕES: ASSISTA AO VÍDEO DA GINECOLOGISTA LUCIANE WOOD
ACESSE FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES
PRECISANDO DE BOLSA DE ESTUDOS? O JUNDIAÍ AGORA VAI AJUDAR VOCÊ. É SÓ CLICAR AQUI