O ano era 1998. Quando fiz minha primeira viagem para a Europa. Um misto de euforia e, claro, preocupação. Viajar para o exterior, naquela época, era muito mais complicado do que agora. Não tínhamos celular, não tínhamos Internet, nem whatsApp, nem qualquer outra ferramenta digital. Tudo era na base do manual e analógico. Mesmo as viagens em território nacional também exigiam demais dos cérebros e da perspicácia dos antigos turistas. Lembro que nos orientávamos por revistas e, claro, por um companheiro inseparável: o guia Quatro Rodas, produzido anualmente pela Editora Abril. Com certeza, os viajantes de antes da era da informática eram audaciosos.
Aquela longínqua viagem de 98 ficou marcada na minha memória por ser a primeira em território europeu e ter escancarado as portas do mundo pra mim. E como eu disse antes, não tínhamos os sites de viagens para pesquisarmos os melhores restaurantes ou pontos turísticos, por exemplo. Contávamos apenas com algumas publicações impressas, tipo Revista Viagem, e alguns folders de agências de turismo. Fui para Paris e Roma sem saber falar francês (apenas um bonjour…) muito menos italiano e arranhando o inglês. Mas eu era jovem e isso fez diferença. Meus neurônios estavam intactos. Foi um passeio inesquecível.
Hoje em dia tudo ficou muito mais fácil. Basta apenas um celular conectado à internet e você tem o mundo nas mãos. Bem diferente daqueles anos 90, quando nos guiávamos pelas páginas do Quatro Rodas Brasil. Todo ano a edição era revisada e publicada com novas rotas, novos hotéis, novos restaurantes e passeios. E anexo vinha um imenso mapa impresso com todas as rodovias brasileiras, estradas adjacentes, vicinais e afins. Depois de aberto, esse mapa nunca mais voltava à dobra original (quem lembra disso?). Quantas vezes eu e meu marido fizemos viagens pelos estados acompanhados apenas pelo Guia Quatro Rodas. Eu ia lendo o mapa. Naquele tempo jurássico, o Waze não existia nem no mundo da ficção.
Mas aí surgiu a internet e organizar uma viagem ficou muito mais fácil. As agências de viagens foram perdendo espaço para os sites especializados em reservas de hotéis e passeios, o celular passou a ser essencial nos aeroportos, restaurantes e até nas lojinhas de souvenir. E o que falar do Waze, que permite encontrar qualquer lugar em qualquer país. E tem ainda os aplicativos de idiomas que ajudam nos perrengues com línguas mais complicadas. Que bom que evoluímos.
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Enfim, hoje contamos com todas as modernidades da informática para viajarmos, o que torna o planejamento dos passeios muito mais tranquilos. Mas com certeza não estamos livres dos perrengues. Tenho saudade das revistas de turismo impressas, com suas fotos belíssimas e textos muito bem escritos, sem falar do guia Quatro Rodas, nosso companheiro de primeira ordem, mas que deixou de ser editado em 2014. Bons tempos aqueles… mas hoje é bem melhor.(Foto: shopee.com.br)
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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