Hoje(28) é celebrado o Dia Mundial de Luta Contra as Hepatites Virais. A data busca conscientizar a população sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce dessas doenças inflamatórias que afetam o fígado e, muitas vezes, não apresentam sintomas. De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, divulgado com base em dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), entre 2000 e 2023 foram confirmados, no Brasil, 779.200 casos de hepatites A, B e C. A principal maneira de prevenir os tipos A e B da doença é pela vacinação, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS). Já para o tipo C, é recomendado fazer o teste pelo menos uma vez na vida.

A médica infectologista do Hospital de Caridade São Vicente de Paulo (HSV), Flávia Morais Gennari Pinheiro(foto ao lado), destaca que o fígado, o segundo maior órgão do corpo humano, tem funções vitais. “Ele é responsável por digerir gorduras, metabolizar medicamentos e toxinas, armazenar vitaminas e açúcar, além de produzir proteínas”, afirma.
As hepatites são inflamações do fígado e podem ter diversas causas como o consumo de álcool, certos medicamentos e a ação de microrganismos, segundo Flávia. “Alguns vírus são hepatotrópicos, ou seja, têm preferência por infectar as células do fígado, sendo classificados como causadores das hepatites virais. Os tipos mais comuns são os vírus A, B e C”, detalha a profissional.
Formas e riscos das hepatites virais – As hepatites virais, dependendo do tipo, podem se apresentar de forma aguda, como é o caso da hepatite A, comum em crianças. A transmissão ocorre, principalmente, pelo consumo de água ou alimentos contaminados, além de estar relacionada à dificuldade de acesso a medidas adequadas de higiene e ao saneamento básico.
As hepatites B e C, por sua vez, podem se tornar crônicas. O tipo B pode ser transmitido por contato sexual, de mãe para filho e pelo contato com sangue contaminado. O tipo C ocorre também pelo contato com sangue contaminado.
“Quando crônicas, essas infecções podem causar inflamações prolongadas, aumentando o risco de cirrose e câncer no fígado se não forem tratadas ou acompanhadas. O paciente com comprometimento hepático pode ter complicações como sangramento digestivo, acúmulo de líquidos e até confusão mental”, alerta Flávia.
Sintomas – A intensidade da inflamação pode causar mal-estar, cansaço, enjoos, vômitos e dores no corpo. Também podem ocorrer pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. “Nas hepatites crônicas, especialmente B e C, a inflamação costuma evoluir ao longo dos anos e a maioria dos pacientes não apresenta sintomas. Quando os sinais aparecem, significa que o fígado já está com o funcionamento comprometido”, explica a infectologista do HSV.
Tratamento e prevenção – De acordo com a cartilha “ABCDE das Hepatites Virais”, divulgada pelo Ministério da Saúde em 2024, os casos de hepatite A são confirmados por exames de sangue, além dos sintomas clínicos. O tratamento deve sempre ser orientado por um profissional de saúde.
Para os tipos B e C, existem testes rápidos, feitos a partir de uma gota de sangue. Em caso positivo, outros exames clínicos são feitos para avaliar as melhores estratégias para o tratamento ou acompanhamento.
“O tratamento medicamentoso para os portadores do vírus tipo B, quando indicado, pode durar a vida toda e o acompanhamento deve ser feito a cada seis meses. É possível que haja a eliminação do microrganismo, porém em pequena porcentagem. O tratamento para o tipo C é curto, de cerca de três meses, e cura em 97% dos casos. Com ele, apesar da eliminação do vírus, não há reversão dos danos no fígado”, pontua a médica.(Foto: www.al.sp.gov.br)
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