No mês de abril, há um dia muito importante para nós: Dia do Hino Nacional Brasileiro, que será comemorado no dia 13.
O mês de abril é atípico porque abriu com o Dia da Mentira, que já foi tema de crônica, pois é bem interessante sua origem. Então, se abril abriu, isso mostra que é uma palavra homófona, como estas: sexta/cesta; serrar/cerrar; acento/assento; concerto/conserto; calda/cauda, etc. Um pouco de semântica e fonética só para descontrair…Voltemos ao Hino!
Considerando que o dia 13 de abril é uma data importante, não será mais possível que continuem a confundi-lo, principalmente nas escolas,com o Dia do Beijo, dando a este mais destaque.
Mas, por que comemorar o dia 13 de abril, se o Hino foi oficializado em 20 de janeiro?
Foi oficializado nesse dia porque, em 20 de janeiro de 1890, a parte musical foi apresentada, pela primeira vez ,na partida de D. Pedro I para Portugal.
Embora já tivesse a letra, esta foi considerada ofensiva aos portugueses. Então, nova letra foi escrita, mas também não agradou. Só em 1922, às vésperas do centenário da Independência, o poema de Joaquim Osório Duque Estrada foi declarado Hino Nacional Brasileiro.
Antes dessa data, o Hino Nacional era o composto por D. Pedro I, 100 anos antes, em 1822; hoje, é o Hino da Independência.
Em pesquisa, encontra-se que, por volta de 1930, vários versos escritos por Joaquim Osório foram eliminados. O presidente do Brasil, na época, era Getúlio Vargas. Argumentos ou motivos da eliminação não foram encontrados.
Esta era a introdução, muito positiva e forte, com o mesmo compasso:
“Espera o Brasil que todos cumprais com o vosso dever,
eia, avante, brasileiros, sempre avante!
Gravai com buril nos pátrios anais do vosso poder,
eia, avante, brasileiros, sempre avante!
Servi o Brasil sem esmorecer,
com ânimo audaz, cumpri o dever
na guerra e na paz, à sombra da Lei!
À brisa gentil o lábaro erguei do belo Brasil!
Eia sus! Oh, sus!”
Ainda encontramos pessoas com mais idade que se lembram de ter cantado o Hino Nacional com essa introdução; penso que nas escolas continuaram a usá-la por um bom tempo.
A letra do Hino Nacional é linda, mas cheia de hipérboles, anástrofes e metonímias. Como fazer o cidadão comum entender se até alguns professores têm dúvidas? Para bem entendê-la será preciso bom conhecimento gramatical.
Certo dia, ouvimos uma discussão entre dois professores. Um dizia que havia uma crase no primeiro verso: “Ouviram do Ipiranga às margens plácidas” e que possuía um livro didático com essa grafia. O autor do livro e o professor estão errados. O que ocorre na frase é uma figura de inversão – a anástrofe – e dizer que as margens ouviram é uma prosopopeia. O certo é: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas”… foram as margens que ouviram!
E no verso: “Em teu seio, ó liberdade”? Também é uma figura de linguagem – a apóstrofe – porque se dirige à liberdade como se fosse uma pessoa.
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Uma curiosidade: o autor da música e o autor da letra do Hino Nacional Brasileiro nunca se conheceram, pois Francisco Manoel da Silva faleceu em 1865 e Osório Duque Estrada nasceu em 1870.
Nunca será demais escrever, ler e se inteirar sobre o Hino Nacional Brasileiro porque não podemos perder o orgulho de sermos brasileiros e valorizarmos nossos símbolos nacionais!
Que o sol da liberdade continue brilhando! Que as margens plácidas, que ouviram o brado retumbante, ouçam o grito dos brasileiros menos afortunados! Sus Hino Nacional! Sus Brasil amado!(Foto: www.tuneldotempoleiloes.com.br)
JÚLIA FERNANDES HEIMANN
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.
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