Dezenove de agosto é o Dia Internacional da Fotografia porque, nesta mesma data em 1839, um inventor chamado Louis M. Daguerre apresentou para os membros da Academia de Ciências da França, um sistema fotográfico, uma câmera e os modos de revelação da imagem, ao qual ele nomeou de daguerreótipo. Os primórdios deste invento estão entrelaçados com o nosso país que ainda vivia o Império. A fotografia tem história brasileira com um imperador como personagem principal.
Daguerre era um bom inventor mas era melhor ainda com negócios e convenceu o governo francês a comprar a patente de sua invenção, o que o tornou milionário, para que depois o invento fosse doado para a humanidade. Três anos antes desta data, um outro francês, Hercules Florence, também havia desenvolvido um sistema de reprodução de imagens, baseado numa câmera escura e que foi batizado por ele de photographie.
A diferença é que Florence vivia aqui no Brasil, mas especificamente na nossa vizinha Campinas. Em 1983, o professor e pesquisador da USP, Boris Kossoy, publicou um livro relatando esta façanha em terras brasileiras e tornando Frorence mundialmente reconhecido como um dos inventores da fotografia.
Em 1840, portanto só alguns meses depois de Daguerre apresentar “sua invenção”, um adolescente brasileiro se tornaria a primeira pessoa na América Latina a possuir um daguerreótipo. O adolescente, o imperador, é nosso primeiro fotógrafo. Ele tinha 15 anos na época. A foto acima é de autoria de Pedro II.
Dom Pedro II(foto ao lado) era um entusiasta da fotografia e nomeou vários profissionais da fotografia à condição de “fotógrafos imperiais”. Promoveu várias exposições no Rio de Janeiro, usou a fotografia para tentar criar uma “imagem edílica” do império brasileiro nos trópicos. Além disso, comprou milhares de fotografias mundo afora e as doou ao patrimônio público antes de sua partida forçada do Brasil. Este fascínio que o imperador teve pela fotografia – marcado na história brasileira – pode ser visto atualmente na novela “Nos Tempos do Imperador”.
ARI VICENTINI
Repórter-fotográfico desde 1989, com passagens pelo Estadão e Jornal da Tarde. Foi fotógrafo e editor de fotografia do Diário Lance, atualmente é professor de Fotojornalismo na Faculdade Cásper Libero. É jundiaiense.
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