Quando Delcídio do Amaral, então senador da República e líder do governo petista foi preso no dia 25 de novembro de 2015 o partido da presidenta (como ela gostava de ser chamada) virou de ponta cabeça. A prisão – a primeira na história desta República – diz que o líder do governo queria atrapalhar as investigações da Lava Jato. Este início de texto serve apenas para ilustrar o que acontece neste país desde que o vice da presidenta (como ela gostava de ser chamada) assumiu o lugar dela e foi obrigada a deixar o Planalto. O restante do texto falará sobre todos os homens do presidente
O agora presidente Michel Temer nada tem feito de diferente de Delcídio do Amaral: atrapalhando as investigações, desta feita envolvendo seu próprio nome. Michel Temer é acusado de corrupção passiva e, exatamente como o ex-líder da ex-presidenta, vem atrapalhando as investigações. A denúncia, formalizada pelo Procurador Geral da República, precisa ser aprovada pela Câmara para ser investigada. Mas os deputados – beneficiados por um número infinito de emendas parlamentares – decidiram que ele não vai ser investigado.
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A compra de votos, a troca de ministros – que deixaram o cargo para poder votar em favor do presidente – serve para mostrar o lado trágico da classe política deste país. É bom que a população tenha visto os deputados votando e, desta maneira, não sejam esquecidos nas eleições do próximo ano. Interessante é que, ao votarem a favor do relatório, nenhum deputado disse que o presidente era inocente, apenas diziam que ele deveria ser investigado depois de deixar o cargo, mostrando claramente que eram cartas marcadas nesta política sem lógica.
Todos estes homens do presidente Temer devem ser guardados na memória do eleitorado para que não recebam fotos nas eleições de 2018. Claro que o brasileiro, infelizmente, tem memória curta e acaba esquecendo o que o político fez de errado. Basta lembrar Fernando Collor que teve seu mandato cassado e está no Senado Brasileiro e também Paulo Maluf, condenado e já esteve preso, defendendo Temer na Comissão de Justiça.
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Triste país que é comandado há décadas pelos mesmos nomes, pelos mesmos homens. Tristeza maior é ver ação de Michel Temer em segurar seu cargo com as duas mãos e auxiliado por 42% dos parlamentares que votaram a seu favor, na noite de quarta-feira e que estão sendo investigados por corrupção. Enfim, os corruptos venceram mais uma vez. Mas não vencerão sempre.
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com