É hora da análise. As eleições do último domingo mostraram precisam ser avaliadas pelos coronéis da política, tanto nacional como local. O que se viu na campanha para Câmara Federal, Senado e Presidência da República – e porque não dizer também para Governador – foi o crescimento de partidos pequenos, puxados por Jair Bolsonaro e seu PSL. O que se viu foi uma quebra na estrutura política de partidos, como o PSDB, o MDB e o PT, apesar deste último estar no segundo turno para as eleições presidenciais. Mas a redução das cadeiras tanto na Câmara como no Senado, é de ser analisada por tais partidos. Os chamados “nanicos” deixaram este patamar e transformaram grandes partidos em menores que os aqui citados em primeiro.
O resultado mostrou, acima de tudo, que o brasileiro cansou da corrupção e quer o fim da mesma. Assim, MDB, PP, PSDB e PT descarrilaram. E nomes como Dilma Rousseff, Eduardo Suplicy, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Marina Silva, simplesmente foram verdadeiras decepções. Marina, para mostrar um nome mais em evidência nos últimos dias por disputar a Presidência, antes do início da campanha, ocupava o segundo lugar nas pesquisas. No resultado das eleições, acabou ficando em oitavo, atrás dos até então desconhecidos, João Amoedo e Cabo Daciolo. Alckmin, coitado, não saiu do quarto lugar, enquanto Meirelles mostrou que gastou grande parte de sua fortuna e nada conseguiu, até porque é fraco em debates e fraco em palanque. Com sua queda e diante das denúncias contra o MDB – que já foi considerado o maior partido político do Ocidente – Paulo Skaf ficou fora do segundo turno depois de ficar em segundo lugar nas pesquisas até uma hora antes de começar a votação. Ainda dentro do cenário nacional, vimos um Aécio Neves e uma Gleisi Hoffmann, presidente do PT, optarem por mudar do Senado para a Câmara dos Deputados e manter a imunidade. E se elegeram. Se mantivessem as candidaturas ao Senado, provavelmente não se reelegeriam.
Se no cenário político nacional o quadro foi frustrante, no local foi mais decepcionante ainda. Isso porque, mais uma vez, o jundiaiense ignorou seus candidatos e buscou opções fora da região para votar. O resultado foi que os dois ex-prefeitos candidatos – um à Assembleia Legislativa, Pedro Bigardi, e outro à Câmara Federal, Miguel Haddad – não conseguiram se eleger. Bigardi já se mostrara fraco na eleição para a Prefeitura, há dois anos, e sua votação caiu ainda mais. Já Miguel Haddad foi levado pela fraca administração de seu apadrinhado, Luiz Fernando Machado. Mesma situação frustrante viveu Gustavo Martinelli, então presidente da Câmara que nada conseguiu, a não ser ficar na frente de Bigardi na votação.
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No quadro nacional é necessária uma ampla reforma política, já comentado aqui e no local, é preciso que o atual prefeito faça uma completa reforma em seu primeiro escalão se quer se manter onde está. Se até seu vice – dr. Pacheco – não conseguiu se eleger, fica claro que este, assim como de Miguel Haddad, não foram aprovados por conta do Fernando Machado. E Gerson Sartori, que não conseguira se eleger vereador, não foi surpresa sua derrota. Afinal, o eleitor está sempre atento nas constantes mudanças de partidos dos políticos.
Hora de refazer os quadros políticos! Seja qual for o resultado do dia 28 próximo para a Presidência, é fundamental que surjam novos nomes nos partidos que se afundaram. Senão, adeus coronéis! (Ilustração: www.vitrinerio.com.br)
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com