Foi em 1965 que o país começou a conviver com o Horário Eleitoral Gratuito, com o objetivo de permitir que os brasileiros pudessem conhecer os candidatos a cargos eletivos de forma “democrática”, por meio de inserções em rádio e TV. Quem já passou dos 50, como eu, certamente lembra-se como esse formato de apresentação política era arcaico e pouco ajudava o eleitor na hora de decidir sobre o melhor (ou menos pior) numa extensa lista de postulantes a um cargo público no Executivo ou Legislativo. E apesar de todas as transformações pelas quais o mundo e o Brasil passaram nas últimas décadas, o Horário Eleitoral Gratuito continua a perturbar nossa paciência, não tanto pela qualidade dos filmes, hoje muito elaborados, mas pelas mesmas e velhas falsas promessas e discursos. Já podemos viver sem ele, com certeza.
Pode-se contar nos dedos de uma mão a quantidade de pessoas que gosta efetivamente de assistir ao horário eleitoral. Mas se hoje está ruim, no passado era ainda pior. Nos idos dos anos 70, por meio da Lei Falcão, a Justiça Eleitoral estabeleceu que a apresentação dos candidatos se limitasse apenas a divulgação de uma foto (tipo RG), bem como do seu partido e de um currículo resumido. Tudo muito entediante e desinteressante. Apenas uma voz em off lia um texto, já que os candidatos não podiam se expressar. Pois é, tempos sombrios.
Hoje os vídeos dos candidatos são muito profissionais, verdadeiras obras primas hollywoodianas, com edição impecável, trilha sonora espetacular, ângulos que favorecem os candidatos e muita ficção. A verdade, na maioria dos filmes, é relegada para segundo plano. Com o surgimento das mídias sociais, ficou ainda mais fácil ao eleitor ter acesso a informações sobre os candidatos, contando até com os sites de buscas para conhecer um pouco do passado de cada um. E olha, em alguns casos o passado condena…
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Além disso, quem quer fugir da chatice do horário eleitoral basta se refugiar em qualquer canal de streaming, tipo Netflix ou Disney. Esse é um alento que as novas gerações conquistaram. Nós, os cinquentões e sessentões só tínhamos uma opção antigamente: assistir ao horário eleitoral contando os minutos para o término e nos divertir com algumas figuras pitorescas da política nacional, como o Enéas(foto), a dra. Havanir, Levy Fidelix (do aerotrem), Osmar Lins, mais conhecido por seu slogan “peroba neles”, Francisco Rossi, que cantava “Segura na Mão de Deus” e o top hit de todos os tempos José Maria Eymael, com seu jingle chiclete “ei ei Eymael, um democrata cristão”.
Como teremos segundo turno em Jundiaí, o horário eleitoral já está de volta e continua até o dia 25 de outubro. Preparem seus ouvidos.
VÂNIA ROSÃO
Formada em Jornalismo pela Faculdade de Comunicação Social Cásper Líbero. Trabalhou em jornal diário, revista, rádio e agora aventura-se na Internet.
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