HSV x Prefeitura: Vereadores de oposição apoiam Martinellli

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Na queda de braço entre a administração Gustavo Martinelli e a direção do Hospital São Vicente(HSV), os vereadores de oposição ‘raiz’ demonstraram ponderação. Durante a coletiva de imprensa convocada na última terça-feira(28), Mariana Janeiro(PT) e Henrique Parra Parra Filho(PSOL) foram favoráveis à exigência de transparência sobre as verbas municipais encaminhadas ao hospital e o serviço prestado. Isto demonstra que a partir desta terça(4), quando a Câmara Municipal voltará a votar projetos, os dois não serão radicais e rejeitarão propostas importantes só porque são de esquerda e Martinelli não é. O ex-prefeito Pedro Bigardi(PCdoB) também enfatizou o debate sobre a clareza da aplicação dos recursos. O presidente do PDT, Gérson Sartori, disse que ficou preocupado com a forma como o caso foi conduzido. “Transparência é diferente de exposição”, afirmou.

Firmado em agosto de 2023, o convênio previa a gestão e operação dos serviços de saúde que compõem a Rede de Atenção Pré-Hospitalar de Jundiaí (PA Central, PA Hortolândia e PA Retiro). O valor mensal estipulado foi de R$ 4.509.468,08, sem reajustes durante as prorrogações feitas em 2024. Desde o início deste ano, a Prefeitura iniciou negociações com o hospital para a renovação do contrato, solicitando documentos detalhados, como plano de trabalho e planilhas de custos. A administração aceitou o reajuste de 22,33% por 12 meses, elevando o valor do contrato para R$ 5.516.538,89. O HSV, contudo, queria que a Prefeitura assumisse a responsabilidade pelos gastos com rescisões trabalhistas, o que é contrário à legislação. Diante do impasse, o HSV não aceitou a proposta. Daí veio a coletiva de imprensa. Na quarta-feira(29), o hospital chegou a divulgar nota informando que os pacientes do SUS não ficariam sem assistência, que o hospital forneceu todas os dados solicitados e que não havia pendências de respostas. Mais tarde, no mesmo dia, a proposta do Executivo foi aceita pelo HSV. Contudo, o Conselho Municipal de Saúde(Comus) não aceitou o acordo e o Executivo rompeu o contrato na noite de sexta(31).

Vereadores – Parra Parra Filho, durante a coletiva da última terça, lembrou que o direito à saúde é constitucional. “Nenhum superintendente, ninguém mal intencionado, nenhum problema se sobrepõe a isso. Independentemente do que for resolvido por parte do hospital, o direito à saúde do jundiaiense estará garantido. Iremos à Justiça e às instâncias necessárias para garantir este direito”, afirmou. O vereador do PSOL disse que os moradores da cidade esperam que as pessoas que estão comandando a Saúde tenham responsabilidade. “O ano começou sem mudanças no repasse. O valor para a Oncologia é o mesmo e a fila começou a aumentar. Quem está conduzindo essa fila não tem responsabilidade com a cidade. Hoje, a gestão do hospital não está sendo transparente. A população não aceita que os responsáveis pela saúde pública faça chantagem com 50 mil vidas. No início do ano estive na frente do hospital e falei com pessoas que estavam com medo de perder seus pais. Ali, eu soube que o repasse continuava o mesmo. Fiz a denúncia e depois de poucos dias, a fila começou a andar”, concluiu.

Mariana Janeiro, também durante a coletiva, parabenizou a atitude da Prefeitura em busca de transparência. “É necessário ter muita coragem para fiscalizar. Mas também é preciso ter muita coragem para denunciar para não cairmos em prevaricação. Estamos acompanhando a situação do São Vicente nos últimos oito anos. Existem muitas pessoas que sabem o que acontece e por medo ou outros fatores acabam não denunciando”. Para ela, a divulgação da denúncia pela Prefeitura é muito importante. “É preciso que esta transparência, fiscalização e denúncias tenham continuidade. Não devemos apenas acompanhar o dinheiro mas também a entrega do serviço. A qualidade nem sempre está de acordo com o fluxo das verbas. Este é o papel da Câmara. Contem conosco, dentro das limitações do cargo de vereador”, concluiu. Depois da coletiva, Mariana divulgou vídeo nas redes sociais criticando os vereadores que atuaram nos últimos oito anos. “Vocês sabem qual é a fatura de uma Câmara que não fiscaliza? É uma chantagem gigantesca e sem precedentes”, comentou.

Ex-prefeito e ex-vereador – Pedro Bigardi também usou as redes sociais para refletir sobre o episódio envolvendo o Executivo e o HSV. “Este debate gerou um movimento interessante na cidade sobre a transparência na aplicação dos recursos. Além disso ficou claro que existe um contrato entres as partes”, disse ele. Já Gerson Sartori, ex-vereador e presidente do PDT, disse que não tem os dados técnicos para analisar a questão do reajuste. “Mas, acredito que casos assim devem ser resolvidos na mesa de negociação e não nas redes sociais. A espetacularização na internet pode causar problemas lá na frente. Sempre fiz negociações cara a cara”, concluiu.

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