Assim flutua nosso estado de HUMOR

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É interessante perceber que temos dias em que estamos com um enorme sorriso no rosto e queremos encontrar nossos amigos, abraçá-los e, depois, sair fazendo coisas interessantes e prazerosas. Também, é muito provável que em certos dias não sentiremos a menor vontade de sorrir, de falar, de brincar com ninguém. Nem mesmo de fazer aquilo que mais nos agrada. Assim flutua nosso estado de humor.

Certamente gostaríamos de pular estes dias ou apagá-los de nosso calendário. Entretanto, eles pontuam que algo interessante está acontecendo em nossa Vida; eles assinalam que, de uma forma ou de outra, estamos sentindo alguma coisa. E, não somos os únicos. Todos sentimos emoções e sentimentos o tempo todo e tudo bem.

E, assim, voltamos a eterna discussão de emoções e sentimentos. A emoção é a maneira como meu corpo se comporta quando algo acontece comigo: arregalamos os olhos ao nos assustar, por exemplo. Já, o sentimento geralmente vem depois desta emoção: ficamos decepcionados ao sermos enganados. Ambos, emoção e sentimento, são marcadores que indicam como vai meu dia, como está aquele momento.

E, dentro de nosso desenvolvimento humano, viveremos um conjunto de situações que desencadearão emoções e sentimentos, nem sempre iguais, às vezes conflitantes, mas suficiente para dar o tom à Vida e para nos possibilitar entender que não estamos sozinhos: todos estão passando por situações desencadeadoras de emoções e sentimentos, o tempo todo.

Nossos sentimentos podem interferir na forma como comportamos com nossos amigos, parceiros, família, estranhos, enfim…com todos de nosso convívio. E, as emoções e sentimentos são tão importantes que, ao entendê-los, conseguimos saber de onde vêm e o que nos acarreta. Saber o que sentimos e por quê faz toda a diferença na resolução de nossos envolvimentos pessoais.

É claro que existem emoções e sentimentos diferentes e inúmeros de modo a percebermos os que mais nos agradam e os que nos deixam cabisbaixo, vindo a afetar nosso estado de humor. Muitas vezes temos a percepção do mau humor, sem chegar a entendê-lo; este é o momento em que devemos buscar saber porque estamos nos sentindo assim, pois existe um real motivo para tanto.  Ao termos noção do que nos atinge, é possível nos livrarmos do mau humor e caminhar com mais segurança e soltura, sem descontar nosso mau humor em ninguém.

Mesmo sem saber sua causa, o mau humor pode ser um estado passageiro e comunicar-me aos outros que não estou bem é algo providencial. Uma conversa franca com alguém de nossa confiança será benéfica e possibilitará perceber algumas alterações que me fizeram sofrer. Chorar é um bom recurso, se preciso, para aliviar tensões. É um momento que dedicamos a nós mesmos, na busca de nos sentirmos melhor.

É muito oportuno que eu aprenda a me amar, em especial, em dias em que não estou me sentindo bem. Isso é a tônica para todos nós: em um dia difícil, preciso ter estratégias para converter o mau em bom, a tristeza em alegria. É importante lembrar que é totalmente normal ter períodos não bons e que isto acontece com todo mundo.

Precisamos aprender a permitir nos sentir mais calados, mais entristecidos e mais reflexivos, raivosos ou medrosos: são componentes de nosso quadro emocional que não temos domínio nem toda a sabedoria para mudar. Entretanto temos possibilidade de nos ajudar a melhorar, ainda que ligeiramente. Uma música preferida, um amigo, um animal de estimação, um passeio ou uma atividade diferente fará toda diferença em nossa Vida e auxiliarão na releitura de nosso dia.

O que não podemos deixar de notar é que existem os dias em que não estamos bem, porém existem muitos outros em que estamos muito bem. E todos nós podemos lidar com isto. Ao conhecermos a nós mesmo, perceberemos toda a diferença que se efetivará em nossa Vida: saberemos dizer o que nos magoa, o que nos alegra, o que nos leva à frente e o que nos amedronta. O exercício do conhecimento interno é um passo decisivo para nossa auto transformação.

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Ao nos conhecermos com profundidade, sentiremos que podemos conduzir a situação de modo a não sermos surpreendidos nem permanecermos tanto tempo na escuridão do medo ou da ansiedade; teremos mais suporte para ajustar e adequar nossos comportamentos e garantir mudanças reais, duradouras e ajustadas em nosso comportamento.

O importante é percebermos que a melhor saída sempre é nós nos conhecermos melhor e buscarmos entender como funcionamos, para estarmos adequados um maior tempo possível. Ter disponibilidade para manejarmos nosso estado emocional é algo que aprendemos em terapia e na convivência com pessoas que nos façam crescer, sem cobranças e sem pressa. Mas é um desafio diário. É um trabalho de formiguinha, pois envolve a construção de uma nova história. Sim, desafiador, também. Mas muito prazeroso. Feliz reconstrução.(Foto: Shvets production/Pexels)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

É docente e coordenador do Lepespe, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da Unesp. Mestre e Doutor pela Unicamp, livre docente em Psicologia do Esporte, pela Unesp, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Diretor técnico da Clínica de Psicologia da Faculdade de Psicologia Anhanguera, onde leciona na graduação.

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