Os indesejados sempre foram para a fogueira. Quando acabou a Fogueira da Inquisição, segundo Thomas S. Szasz no livro “A Fabricação da Loucura”, os indesejados foram para os manicômios. As instituições de indesejados e desajeitados socialmente, foram também locais para a pessoas transexuais e travestis. No Brasil existiu a operação ‘Tarântula’ que perseguia, prendia, torturava e matava pessoas travestis e transexuais. O Brasil consome pornografia trans e é o país que mais mata pessoas trans. Aqui, a expectativa população ‘T’ é de apenas 35 anos.
Repetimos incansavelmente que todas, todos e todes temos direito a vida, a cidade e aos direitos básicos. Não queremos privilégios e sim equidade. A cidade precisa garantir que a pessoas trans andem nas ruas, estejam nas escolas e no mercado de trabalho com direito ao nome social e em segurança. Com acesso a justiça e a saúde por isso dia 29 de janeiro celebramos o ‘Dia Nacional da Visibilidade Trans’ com marcha em Jundiaí, no dia 27, e também em Brasília (28) com as deputadas Erika Hilton (PSOL) e Duda Salabert(PDT) como madrinhas.
A Marsha grafada com ‘s’ faz referência à ativista norte americana Marsha P. Johnson, que era travesti e lutou pelos direitos e dignidade da comunidade LGBTQIAP+ na década de 70. A DJ Ella Nasser, (que se apresentou na marcha de Brasília) afirma que os corpos trans são vítimas preferenciais da violência no país. “Somos as primeiras a morrer. E a gente não pode deixar os outros confortáveis e matar a gente, nos violentar e nos colocar em vulnerabilidade. Precisamos realmente mostrar para as pessoas que não devem fazer barulho só para a população, mas principalmente para o governo. Mostrar para eles que a gente existe.”
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Aqui em Jundiaí temos o Centro de Apoio e Inclusão Social de Travestis, Transexuias e População em Situação de Vulnerabilidade (@caisjundiai) liderado por Samy Fortes que atua em defesa e dignidade das travestis e transexuais de Jundiaí. Recentemente criado de ativistas como Renato Nastaro, temos o Educatrans que é um cursinho popular voltado para travestis e transexuais da região de Jundiaí (inclusive com grupo de alfabetização) aos sábados, às 14h na E.E. Siqueira de Moraes. Todo apoio a população ‘T’ que segue em “Marsha” por respeito, dignidade e direito a vida.(Foto: Slaytina/Pexels)
PALOMA SOARES
É servidora pública, P.L.P., ativista LGBT e Somos Todas Professoras
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