A indicação de Alexandre de Moraes para ocupar a vaga de Teori Zavaschi no Supremo Tribunal Federal (STF) ainda vai render muitos questionamentos e comentários antes de sua sabatina e aprovação pelo Senado. Partidos políticos de oposição ao Governo Temer imaginam que a indicação pode acabar livrando peemedebistas e outros partidos da base de eventuais problemas com a Lava Jato.
Advogado e jurista, Moraes está à frente do Ministério da Justiça desde maio do ano passado, quando Dilma Rousseff foi afastada para não mais voltar ao cargo de Presidente da Repúblicas. Filiado ao PSDB, Moraes foi secretário de Segurança Pública de São Paulo, nomeado pelo governador Geraldo Alckmin em dezembro de 2015.Além disso, ele já ocupará, entre 2002 e 2005 a Secretaria de Justiça, Defesa e Cidadania. Autor de dezenas de livros de Direito Constitucional, ele entregou, no início desta semana, sua carta de desfiliação ao partido, ao presidente do mesmo, Aécio Neves.
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Na verdade, todos os integrantes do Supremo Tribunal Federal são nomeados pelo presidente da República, seguindo regimento interno. Se Dilma Rousself nomeou, entre outros, Teori Zavaschi e Edson Fachin, Lula nomeou Dias Toffoli, Carmen Lúcia, Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski, entre outros. Como se vê, é normal tais indicações.
Dentro do quadro político, porém, fica a tese de doutorado na USP, defendida por Moraes, no ano 2000, onde se manifestou ser contrário à indicação de ministros de Estado para o cargo para o qual foi indicado. Por isso, algumas manifestações contrárias à sua indicação.
Antes dele, Nelson Jobim (Ministro da Justiça de Fernando Henrique Cardoso), Francisco Rezek (Ministro das Relações Exteriores de Fernando Collor), Maurício Correa (Ministro da Justiça de Itamar Franco), Dias Toffoli (Advogado Geral da União no governo Lula) e Gilmar Mendes (Advogado Geral da União de Fernando Henrique Cardoso).
Como se pode notar, Moraes não é primeiro ministro da Justiça a ser indicado para tal cargo. O problema é que a corrupção que assola o País mexe com os neurônios de políticos e coloca na cabeça de todos os brasileiros uma interrogação: como vai agir no Supremo no novo indicado?
NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com