INSENSIBILIDADE OU DETERMINAÇÃO? É resistência psicológica!!!

INSENSIBILIDADE OU DETERMINAÇÃO

E vamos andando de tropeções em tropeções, mas não desistimos de caminhar. Que capacidade é esta de manter o passo, ainda que trôpego, cambaleante, mas avançando na direção daquilo a que nos propusemos? De onde tiramos esta força e esta decisão, que parece não ter fim? Será insensibilidade ou determinação? O que mantém algumas pessoas sempre no estado de alerta, disposto a superar limites?

Pois é, esta capacidade tem o nome de resistência psicológica e não é para todos: apenas aqueles que passam por um treinamento específico da Vida atinge tal bônus; a resiliência é o forte sinal de resistência a que se atinge todos aqueles que se submeteram a um alto grau de desgaste, sempre ultrapassando seus níveis de tolerância. É o prêmio para aquele que superou seus limites físicos e psíquicos e se predispõem a continuar no jogo.

Superar limites é algo que todos nós tentamos. Em muitos momentos de nossa Vida, às vezes, em nossos dias, somos levados a suportar dores imensas, sofrimentos atrozes e perdas incontáveis e, ao lutar contra esses suplícios que se levantam durante nossos desempenhos vitais, vamos aprendendo a enxergar uma parte da luta, que não é facilmente detectada: são os sabores de pequenas reconstruções e de pequenas vitórias.

Tais conquistas favorecem à resiliência. Isso indica que ser resiliente não é algo espontâneo nem uma sensação que nos toma, de repente, sem termos lutado muito e apanhado demais: esta qualidade, muito importante para que tenhamos a compreensão de nosso tamanho psíquico e continuemos a crescer com nossas ferramentas mentais: o fortalecimento psicológico garante muito crescimento interior não sem passar por dores e perdas psicológicas profundas.

Talvez o medo ou a ansiedade nos afastem de uma superação ou da busca de algo que havíamos planejado; somos muito instáveis diante de situações críticas e, em muitas delas, largamos nossos ideais e nos contentamos com uma conquista de nível médio. A resistência psicológica atua justamente nos levando a superação e nos move a ir buscar nossas mais escondidas intenções ou a travar àquela luta que sabemos ser dura, nebulosa mas necessária.

É o caso das pessoas que travam lutas com doenças assustadoras, de atletas que se superam para além de seus limites físicos, de gestores que desafiam as leis da economia e administração; estes exemplos apontam para a direção de pessoas que lutam até a 25ª hora sem dar tréguas ao insucesso. Esta coragem, esta força interior, é a tal resistência psicológica que acompanhará todas as pequenas vitórias até o final, fortalecendo o indivíduo em cada nova proposta.

Realmente a teoria informa que poucos chegam a este nível de fortalecimento, entretanto, uma vez atingido, não se perde o “treinamento” vivido nem a qualidade conseguida, com o passar dos anos: a resistência psicológica sempre estará presente na vida deste bravo lutador. As qualidades psicológicas adquiridas vão se reforçando e se realinhando de modo a garantir um suporte fortalecedor diante de todas e quais quer intempéries apresentadas.

Experiências anteriores serão benéficas e encontrarão ecos naquelas já armazenadas, transformando-se em propostas de fortalecimento; bem no sentido de “quanto mais melhor” ou “é vivendo que se aprende”. Óbvio está que a coisa não é assim tão suave, mas fortalece perceber que se enfrenta algo semelhante ao já vivido e que o sucesso anterior será maior agora. Tudo isso é fruto do trabalho mental em que a mente vence o humor: nada é dado. Tudo e conquistado, milimetricamente.

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Como apontado anteriormente, nesta crônica, pessoas que passam por grandes perdas, doenças graves, desencontros desastrosos tendem a se tornar mais resistentes que a demais, porque seus enfrentamentos oferecem atalhos e pistas que favoreceram saídas brilhantes. Mas o que falar daqueles que sofrem ataques preconceituosos? Por acaso já pensamos na dor psíquicas desses que são violentados a cada momento sem ter como se defender? Como estas pessoas se fortalecem e como se defendem diante destes instintos animalescos que tentam padronizar todo e qualquer comportamento, crença, raça e posição?

Uma das formas é agruparem-se em comunidades de semelhantes. Outra forma é entender a sua situação pessoal e o ataque alheio, outra proposta é enfrentar o ataque e buscar fortalecimento para que aquilo que lhe é dirigido seja amortecido ou analisado, garantindo que a mente realmente vença o humor. Sim, é difícil. Sim, é complicado. Sim, é dolorido. Mas é possível. E sobre isso, estaremos falando na próxima crônica porque é possível que tenhamos preconceitos de quem tem preconceitos e ninguém merece caminhar com esse barulho na cabeça.(Foto: richlifehack.com)

AFONSO ANTÔNIO MACHADO 

É docente e coordenador do LEPESPE, Laboratório de Estudos e Pesquisas em Psicologia do Esporte, da UNESP. Mestre e Doutor pela UNICAMP, livre docente em Psicologia do Esporte, pela UNESP, graduado em Psicologia, editor chefe do Brazilian Journal of Sport Psychology. Aluno da FATI.

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