INSS: Os cães ladram e a caravana passa

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A frase pode não ter o mesmo significado do provérbio, mas vale a pena ser lembrada aqui para ligar os fatos. No primeiro semestre deste ano, estourou a bomba das cobranças indevidas do INSS nos benefícios dos coitados dos aposentados. A extrema direita subiu o tom e culpou o atual governo. Claro que cada um puxou a sardinha para seu lado, ou seja, cada um defendendo seus interesses. O atual governo relatou que os fatos começaram a ocorrer na gestão de Michel Temer, mas as investigações começaram, com a direita buscando a criação da CPMI para tentar culpar o governo atual. E os fatos envolvendo o INSS continuaram a acontecer…

Foram tantos os depoimentos que na semana passada a coisa pegou fogo, com a prisão de grandes tubarões envolvidos no escândalo no INSS. Se a sardinha foi pouca no primeiro parágrafo deste texto, os tubarões transformaram a história aqui com as prisões de 10 envolvidos no esquema e, segundo a Polícia Federal, apontando José Carlos Oliveira(foto), ex-ministro do Trabalho e Previdência no governo Bolsonaro, que seria o mentor do esquema de desvio de dinheiro. José Carlos se converteu ao islamismo e mudou seu nome para Ahmed Mohamad Oliveira. Apesar de ser o principal suspeito de comandar o esquema, ele apenas deve usar tornozeleira eletrônica. Segundo apurado pela PF, ele chega a agradecer, em mensagens interceptadas, o pagamento de propinas. No esquema que vitimou aposentados e pensionistas do INSS, mais de uma dezena de entidades eram beneficiadas.

Durante o governo Bolsonaro, diante da fragilidade de fiscalização, segundo a jornalista Daniela Lima do site UOL, ele teria refinado o esquema que permitiu a fraude de milhões de assinaturas de aposentados, filiando-os ilegalmente para que o desconto em benefício fosse realizado. No total, foram cumpridos 63 mandatos de busca e apreensão e 10 prisões preventivas ocorreram, A operação ocorreu no Espírito Santo, Goiás, Maranhã, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito Federal. Assim, a caravana continua passando, mas há um silêncio no canil…

No mais, o deputado Guilherme Derrite, que se afastou da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, para ser o relator do Projeto Antifacção e que já modificou o texto diversas vezes, promete finalizar sua obra para votação nesta semana. Mas diante dos problemas causados, principalmente envolvendo a Polícia Federal, é possível que novo adiamento aconteça.

E no futebol, a coisa caminha como na política: O jogador do Flamengo, Bruno Henrique foi absolvido no caso do recebimento proposital de cartão amarelo para beneficiar o irmão. A absolvição ocorre depois que o STFD ter penalizado o jogador com 12 jogos de suspensão. O Flamengo conseguiu habeas corpus e o caso voltou a julgamento semana passada com o decreto de absolvição do jogador, mas punição de pagamento de multa de R$100 mil. Ora, se o dito cujo tem que pagar multa é porque tem culpa então, não deveria ser absolvido. O mesmo tribunal decidiu penalizar o jogador Allan, do Palmeiras que tinha conseguido efeito suspensivo, ao ser penalizado com dois jogos de suspensão e o caso foi julgado também na semana passada. Resultado: a punição foi mantida e o menino não pode jogar contra o Santos, desfalcando ainda mais o clube paulista, por conta da data Fifa. Durma com um barulho desses…(Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

NELSON MANZATTO

É jornalista desde 1976, escritor, membro da Academia Jundiaiense de Letras, desde 2002, tendo cinco livros publicados. Destaca-se entre eles, “Surfistas Ferroviários ou a história de Luzinete”, um romance policial premiado em concurso realizado pela Prefeitura de Jundiaí. Outro destaque é “Momentos”, com crônicas ligadas à infância do autor.

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