Quando falamos de avaliação sempre somos remetidos às avaliações escolares. O que não nos damos conta é da incontável quantidade de vezes nas quais somos avaliados em nosso cotidiano fora dos ambientes escolares. Em todos estes casos, inevitavelmente instrumentos são utilizados. Na educação o mais comum são as provas, mas na entrada do supermercado, nestes tempos de pandemia é o termômetro.
Toda avaliação pressupõe um conjunto de medidas, definidas através desses instrumentos. O radar que mede a velocidade, o teste para identificar a Covid, os vestibulares, dentre outros, como o exame para obtenção da carteira de motorista, neste caso dividido em teórico, prático e médico. Em cada caso você poderá sofrer as consequências, da multa à reprovação. O que nunca questionamos é se o instrumento utilizado é adequado, bem feito ou se serve para medir o que pretende. Se tirarmos nota baixa em uma prova nunca questionamos se a prova foi bem feita. O resultado é tido como absoluto e assim procedemos aceitando que a deficiência é nossa, nunca do instrumento.
Se na porta de uma loja medirem nossa temperatura e for constatado que está acima dos padrões não duvidamos do termômetro, voltamos para casa em observação e os mais preocupados procurarão logo um pronto atendimento. E se o instrumento de avaliação estiver errado? Muitos dos medidores de temperatura foram produzidos para atender uma situação emergencial, assim, teriam sido produzidos com o rigor e a tecnologia necessários? Esperamos que sim, mas qual o índice de confiabilidade que apresentam? Do mesmo modo qualquer instrumento de avaliação pode ser questionado, pois definirão situações às quais estaremos submetidos ou penalizados sem que a culpa seja nossa, mas de quem fez a medida ou do tipo de instrumento que utilizou.
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Mas uma vez: ninguém presta atenção no instrumento. Se a máquina disser que você está surdo não importa se você está ouvindo perfeitamente. Você será considerado surdo. E isto não é o pior, pois a partir dos resultados se faz inferências como avaliar como ineficientes escolas cujos egressos não se saem bem em provas depois da conclusão dos cursos. Ninguém pergunta se as provas são bem feitas, atendem os requisitos para as quais foram construídas, ou se, realmente, conseguem verificar se o candidato está apto ao que quer que seja. Esperamos que sejam sempre cuidadosamente elaboradas, mas e se forem como as provas teóricas do curso de natação? Só é possível saber se alguém aprendeu a nadar entrando na água. Saber os tempos dos recordes dos nadadores ou onde foram obtidos não garante que você não se afogue.
Do todo modo para avaliar é indispensável termos instrumentos, mas instrumentos adequados, pois não podemos medir a febre com uma régua, bem construídos e devidamente aferidos. Questioná-los, no entanto, deveria ser uma constante, pois, invariavelmente, alguém sofrerá as consequências destas medidas. Certamente não nos opomos às avaliações, quaisquer que sejam suas finalidades, apenas alertamos que os instrumentos utilizados podem apresentar falhas, da construção à utilização, devendo seus resultados serem permanente conferidos para que não sejamos reprovados ou impedidos por falha de um instrumento defeituoso.(Foto: www.wbur.org)
FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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