PREÇO INVISÍVEL da inteligência artificial

inteligência

Todo mundo fala da inteligência artificial como se fosse a solução para todos os problemas: mais produtividade, mais rapidez, mais inovação. E, de fato, ela tem revolucionado os negócios. Mas tem um detalhe que pouca gente comenta: o custo relacionado ao uso dela. A conta de luz, por exemplo. Sim, a IA consome muita energia e esse custo invisível começa a pesar não só no bolso das empresas, mas também no futuro do planeta.

Para você ter uma ideia, os data centers, aqueles prédios cheios de servidores que processam nossas buscas no Google, armazenam fotos na nuvem e agora rodam as inteligências artificiais, já gastam mais de 415 terawatts-hora por ano. Isso equivale a aproximadamente 1,5% de toda a energia elétrica do mundo. E a previsão é dobrar até 2030, chegando perto de 3% do consumo global. Parece pouco? Pense que isso é mais energia do que países inteiros consomem.

E tem mais: os servidores turbinados, usados para treinar e rodar os modelos de IA, estão crescendo a uma taxa de 30% ao ano. Ou seja, a cada ano, precisamos de mais espaço, mais máquinas e, claro, mais energia. Em alguns países, como os Estados Unidos, os data centers já consomem quase 5% de toda a eletricidade e podem chegar a 6% em pouquíssimo tempo.

Esse aumento traz pelo menos três desafios claros para os negócios. O primeiro é o custo direto. Energia elétrica não é barata, especialmente no Brasil. Se você planeja usar IA em larga escala, precisa colocar esse número na ponta do lápis. O segundo é a sustentabilidade. Investidores e consumidores estão de olho em práticas responsáveis, e usar IA sem medir impacto ambiental pode queimar a imagem da sua marca. O terceiro é a infraestrutura: nem toda região tem rede elétrica robusta para suportar essa explosão de demanda.

Mas não pense que é só problema. Há boas oportunidades também. Modelos mais compactos e eficientes já estão sendo desenvolvidos. Além disso, empresas podem adotar estratégias como rodar sistemas de IA em horários de menor consumo de energia, investir em energia solar própria ou buscar parcerias com data centers mais sustentáveis. Isso, além de reduzir custos, pode ser um belo diferencial competitivo.

Em Jundiaí, onde temos um ecossistema crescente de tecnologia, inovação e startups, esse tema é urgente. Não basta falar em inteligência artificial como se fosse mágica. É preciso falar em inteligência energética também. Quem entender isso primeiro vai não só economizar, mas também sair na frente, mostrando que é possível inovar sem descuidar do planeta.

CLIQUE AQUI E LEIA OUTROS TEXTOS DE ARTUR MARQUES JR

No fim das contas, a pergunta que todo empresário deveria fazer não é apenas quanto a IA pode me trazer de retorno. Também deve se questionar sobre quanto de energia e impacto ambiental estou disposto a pagar por isso? (Foto: Christina Morillo/Pexels)

ARTUR MARQUES JR

É cientista de dados e especialista em IA aplicada, com sólida atuação em educação digital e inovação. Coordena a pós-graduação digital na Cruzeiro do Sul Educacional e é PhD em Ensino de Matemática, Mestre em Física Computacional e Astrofísica. Atua como palestrante, mentor, cofundador do Grape Valley, é VP Fiscal do Hosp. GRENDACC e já foi VP da DAMA Brasil.

VEJA TAMBÉM

PUBLICIDADE LEGAL É NO JUNDIAÍ AGORA

ACESSE O FACEBOOK DO JUNDIAÍ AGORA: NOTÍCIAS, DIVERSÃO E PROMOÇÕES