Esta semana avaliamos o novo JAC T40, um crossover importado, equipado com transmissão CVT (continuamente variável) e o motor 1.6 aspirado mais potente do mercado brasileiro. Mas antes de falar do carro quero mostrar a você que nem tudo é realmente como parece. E como jornalista especializado me sinto na obrigação de passar para você informações importantes, que podem ser úteis na hora de decidir os caminhos que você pode tomar…

Para começar…

Na hora de comprar um carro o consumidor leva em conta algumas premissas básicas, que vão do preço, passando pelos custos de manutenção, até chegar ao desenho e acabamento. Para começar o automóvel, que ainda é um dos maiores objetos de desejo das pessoas, tem que ser bonito e bem-acabado. Ou seja, ele tem que conquistar o seu coração.

Até aqui tudo bem, certo?

Além disso, ele precisa oferecer o equilíbrio ideal entre potência e economia. Mecânica confiável e uma boa dose de tecnologia, além de custos de manutenção que não tirem o seu couro e nem o seu sono são essenciais.

Ah, não podemos esquecer também que o valor cobrado deve caber no orçamento e que quando chegar a hora de vender ele não desvalorize tanto. Este último item, por sinal, atormenta o comprador. O problema é que em nossa cultura de mercado, onde o automóvel ainda é tratado como um patrimônio, ele não pode perder valor. Enquanto isso, no resto do mundo o carro é tratado como um bem de consumo durável, que se paga pelos benefícios que traz, uma conta que nós ainda não nos habituamos a fazer na hora de calcular a sua desvalorização.

Chinês, nem a pau, Juvenal!

Por isso, alguns carros, modelos e marcas sofrem um pesado preconceito e apanham na disputa pelo consumidor… E os chineses, que aliás fabricam um percentual altíssimo de componentes do seu automóvel de origem alemã, americana, italiana ou francesa, são tratados com o mais profundo desdém… Para muita gente, eles ainda são representantes do “xing-ling”, que virou sinônimo de coisa malfeita.

 

Não custa lembrar que as marcas japonesas, italianas, francesas e coreanas também sofreram o mesmo tipo de preconceito quando chegaram por aqui. Quem acompanhou essa época sabe do que estou falando…

E será que dá para nivelar tudo por baixo???? A resposta é não! E o JAC T40 CVT é a prova de que um carro chinês sim tem qualidades de sobra para brigar com qualquer modelo europeu ou norte-americano de igual para igual!

Bem equipado e acabamento caprichado –  Para começar, o T40 derruba um dos principais estigmas dos carros chineses que é o acabamento de má-qualidade. Uma das coisas que a gente olha para afirmar se um carro tem um bom acabamento interno são os encaixes das peças plásticas. Neste ponto o T40 mostra todo o cuidado da marca, comandada pelo exigente empresário Sérgio Habib, que além de presidente da JAC Motors no Brasil, é dono da holding SHC, que controla concessionárias das marcas Citroën, Volkswagen, Jaguar, Land Rover e Aston Martin.

O painel e as forrações das portas trazem detalhes de toque macio e agradável, pespontados por costuras vermelhas. Os bancos, forrados em couro, são confortáveis e bem ajustados. A ergonomia é outro ponto de destaque, com uma boa posição de dirigir, com todos os comandos bem à mão. Destaque também para o painel de instrumentos de fácil leitura, tanto de dia quanto à noite. Vale destacar também o bom isolamento acústico, que amplia a sensação de conforto no interior do veículo.

A versão avaliada, conta com sistema multimídia com tela de 8 polegadas, com câmera e sensores de ré, ar-condicionado automático, acionadores de vidros de um toque para as quatro portas, travas e retrovisores com ajustes elétricos, faróis com acendimento automático, computador de bordo, cruise control (o popular piloto automático) e volante multifuncional. O carro traz, ainda, uma câmera de vídeo, acoplada ao retrovisor interno, que grava imagens do trânsito à sua frente. Esse equipamento que vem de série, começa a ser oferecido como opcional em alguns modelos, como o Toyota Yaris e pode ser útil como prova em caso de um acidente.

Com relação ao espaço, o T40 leva confortavelmente cinco pessoas. O carro oferece um razoável espaço para ombros e pernas no banco traseiro, um alívio para quem é mais alto e costuma sofrer nas viagens.Todos os ocupantes dispõem de cintos de três pontos e encostos de cabeça. O porta-malas, apesar de não ser dos maiores, oferece bom acesso e tamanho suficientes para acomodar com folga a compra do mês do supermercado ou bagagens de tamanho médio.

Com relação à segurança, o crossover da JAC conta com airbags dianteiros, controles eletrônicos de estabilidade e tração, monitoramento de pressão dos pneus e freios ABS com EBD. O modelo conta, ainda, com freios a disco nas quatro rodas (ventilados na dianteira e sólidos na traseira), assistente de saída em rampa (Hill Holder), que segura o carro por alguns segundos numa saída em ladeira e sistema start-stop, que desliga e religa automaticamente o motor do carro no trânsito para economizar combustível.

O câmbio CVT é nota 10 – O câmbio CVT (continuamente variável), fornecido pela empresa belga Punch Powertrain, é um ponto alto do projeto do T40. Entre todos os modelos que já tivemos a oportunidade de avaliar no AutoMotori, o sistema usado pelo crossover da JAC se destaca como um dos mais eficientes e suaves que já testamos.

A transmissão, que simula seis marchas, tem funcionamento suave e, ao contrário do que acontece com a maioria dos modelos equipados com CVT disponíveis no mercado, ele não faz o motor subir e descer a rotação do motor o tempo todo. Essa característica, que nós batizamos de “efeito enceradeira” irrita o motorista, pois cada vez que se precisa do motor ele sobe o giro exageradamente e demora para responder. No T40, graças ao motor mais potente e ao bom casamento entre propulsor e transmissão, isso não acontece…

Por falar em motor, o 1.6 litro DVVT, com comandos variáveis de admissão e escape, oferece 138 cavalos de potência e torque de 17,1kgfm. Isso faz dele o 1.6 naturalmente aspirado mais potente disponível hoje no nosso mercado. Graças a esses números, ele entrega mais força em baixas rotações. Essa característica e o bom ajuste do conjunto faz com que o T40, que infelizmente é vendido apenas na versão a gasolina, apresente excelentes marcas de consumo, que durante a nossa avaliação ficou entre 13 km/l e 15 km/l rodando em circuito misto, que incluiu trânsito urbano e rodoviário.

A suspensão, macia demais, bem ao gosto do consumidor chinês, é confortável e merece um ajuste melhor para rodar pelas nossas ruas esburacadas. O principal problema é que, dependendo do buraco ou da lombada, ela atinge o final do curso muito rápido, transmitindo um baque seco para o interior do veículo.

O design da carroceria, desenvolvido por um estúdio italiano, em Turim, é atraente e, assim como no interior, o acabamento é bem cuidado. O conjunto de grade e faróis dianteiros é harmonioso e a traseira muito bem resolvida. O carro, que lembra muito o do Hyundai IX35, chama a atenção por onde passa e sempre desperta a curiosidade dos outros motoristas quando descobrem que o carro é feito na China.

A versão avaliada é vendida por R$ 75.490 e, assim como todos modelos da JAC, ele oferece garantia de 6 anos. ©Joaquim Rimoli | AutoMotori




Você lembra do Esplanada?

Lançado em 1968, o Chrysler Esplanada foi um sedã de luxo nacional que chegou como substituto do Simca Chambord. Apresentado no Salão do Automóvel de São Paulo de 1966, ele usava a mecânica da Simca, um V8 2.4 de 130 cavalos.

No filme de lançamento, uma curiosidade: ele é todo produzido em stop motion, que é uma técnica de filmagem que usa uma sequência animada de fotografias. O comercial é bem legal, apenas peca no finalzinho com uma frase bem machista, dizendo que a loira do filme é opcional… Coisas da época. Curta o filme que é bem curioso! ©Joaquim Rimoli | AutoMotori 

 


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