Com a proximidade da data magna da cristandade – Natal – muitos corais com músicas natalinas estão se apresentando. Uma delas é Jingle Bells, motivo deste artigo. Mas há várias outras. A música Noite Feliz divide opiniões de maestros. Uns dizem que é muito triste e longa; outros dizem que está na medida certa e gostam dela. A original Stille Nacht – Silenciosa Noite – foi escrita pelo padre Joseph Mohr e musicada por Franz Gruber, ambos austríacos, há 199 anos!
Conta a história dessa música que o padre Mohr, autor da letra, procurara várias vezes por Gruber para que ele a musicasse. Gruber se esquivava porque o órgão da Igreja São Nicolau, erguida na margem do Rio Salch, havia sido danificado por ratos. O padre custou para convencê-lo e, na noite do dia 25 de dezembro de 1818, os dois a apresentaram ao som de violão. Logo, Stille Nacht passou para o inglês Silent Night, ficou mais conhecida, e foi traduzida para quarenta e cinco idiomas.
Uma música natalina alegre e fácil de ser memorizada é Jingle Bells – Soam Sinos(vídeo acima). Quase não há quem a desconheça. No entanto, o seu autor e sua história de vida são quase que, totalmente, desconhecidos. Devido à singularidade, vale a pena conhecê-los. O nome do autor é James Pierpont, norte-americano que foi considerado – e se considerou – um fracassado(foto principal).
Formou-se professor e, entusiasmado com a profissão, nela iniciou. Sua personalidade tranquila e suave não deixou que colocasse ordem na classe. Foi demitido. Formou-se em Direito e tentou a profissão. Fracassou porque era excessivamente escrupuloso e escolhia os mais pobres para defender. Tentou o comércio. Era incapaz de colocar preços muito altos, como faziam seus concorrentes, para obter lucros e vendia fiado a quem lhe pedia. Foi à banca rota e precisou passar o ponto comercial.
Escrevia poesias e tentava vendê-las nas ruas e praças. Ninguém lhes dava valor. Estudou teologia e se transformou em pastor protestante. Desentendeu-se com seus superiores quando se posicionou a favor da Lei Seca e contra a escravidão. Entrou em confronto e foi obrigado a renunciar. Tentou a política e, claro, não foi eleito!
Por que lembrar-se, então, desse homem cheio de fracassos?
Porque a maioria de nós entoa, no mês de dezembro, o seu grande e único sucesso: a música Jingle Bells!
Sua biografia informa que, numa tarde de inverno, quando a neve caía sem piedade, Pierpont, muito triste, começou a rabiscar pequena partitura para apresentar uma simples música natalina aos familiares, pois não tinha dinheiro para comprar presentes. À medida que dedilhava e cantarolava, ia gostando da música e lhe pôs uma letra simples, para alegrar a noite. Os familiares a decoraram e começaram a cantar. O padre da igreja local também gostou e deixou que a cantassem durante a missa. No outro ano, toda a cidade a entoava. Tornou-se logo conhecida, foi traduzida para vários idiomas.
O autor, James Pierpont, não conheceu o sucesso mundial de sua música porque, logo depois, faleceu.
Em reverência a seu autor, ao ouvirmos Jingle Bells, vamos nos lembrar do homem sensível e honesto que não venceu financeiramente, mas é lembrado até hoje através de sua criação musical:
Jingle Bells, jingle bells, jingle all de way…
Oh! What fun it isto ride
In a horse open sleigh
A dayortwo ago…
Jingle Bells, jingle bells, jingle all de way…
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence á Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU. (Ilustração: edgarebrochristmassongs.blogspot.com)
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