KIKO DE MATHEO, ambientalista pioneiro, morreu há 29 anos

KIKO

No início dos anos 80, quando ninguém falava em preservação, Francisco de Matheo, o Kiko, foi um pioneiro em Jundiaí. Recolhia animais de todas espécies, cuidava deles e quando ia soltá-los, chamava toda a imprensa. Mas antes levava o bicho – fosse cobra ou gambá – nas redações e o exibia com orgulho. Kiko morreu no dia 31 de maio de 1996. Foi vítima de um acidente de trânsito. Até hoje é uma referência quando se fala de ambientalismo na cidade.

A Serra do Japi era seu xodó. Era sua segunda casa. Estava o tempo todo na mata. Acompanhava o trabalho dos guardas municipais. Denunciava desmatamentos, acalentava o que estava nascendo.

Na época de Kiko, Jundiaí não contava com emissoras de televisão. Então, quando as de São Paulo, Rio de Janeiro precisavam fazer matéria sobre a Serra, sabe quem os jornalistas procuravam?

Sim! Ele mesmo: Kiko de Matheo, o cara que sabia tudo sobre a maior reserva de Mata Atlântica do país!!!

Aqui, o ambientalista mostra uma das armas de sua coleção particular. Kiko tinha um museu em seu ferro-velho que funcionava na Colônia. As três fotos acima são de Valdir Palma.

Kiko e os GMs Ribeiro, Perboni e o inspetor Jurandir, no mirante da Serra. De costas, o tenente Peixoto, na época sub-comandante

Outra paixão de Kiko era seu museu, no bairro da Colônia. Ficava ao lado do depósito de ferro velho que administrava. Ali tinha de tudo. Jornais de todas as épocas, utensílios antigos e até um caixão. O objeto fúnebre foi usado para transportar o corpo de uma jundiaiense que morava nos Estados Unidos. Ela caiu de um prédio. O caixão era igualzinho ao que vemos nos filmes: fechado até a cintura e aberto na parte de cima para ver o falecido. Fascinado com a urna, Kiko fazia questão de mostrar o travesseiro dentro dele. “Olha, ele tem alguns fios de cabelo da moça”, dizia para os visitantes.

Kiko de Matheo era um colecionador nato. Tinha armas de todos os tipos e tamanhos. Sua coleção de revólveres e pistolas foi motivo de várias reportagens e programas ao vivo. Lembrando, mais uma vez, que naquela época Jundiaí não tinha nenhuma emissora de TV. A coleção de armas de Kiko era tão incrível que despertava o interesse nas emissoras de São Paulo.

Kiko morreu em meados da década de 90, num acidente estúpido na avenida dos Imigrantes, na altura do jardim Pacaembu. Ele pilotava um triciclo e não viu uma lombada. O veículo tombou levando com ele o homem que mais tinha lutado pela fauna e flora da cidade até então…

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