No início dos anos 80, quando ninguém falava em preservação, Francisco de Matheo, o Kiko, foi um pioneiro em Jundiaí. Recolhia animais de todas espécies, cuidava deles e quando ia soltá-los, chamava toda a imprensa. Mas antes levava o bicho – fosse cobra ou gambá – nas redações e o exibia com orgulho. Kiko morreu no dia 31 de maio de 1996. Até hoje é uma referência quando se fala de ambientalismo na cidade.
A Serra do Japi era seu xodó. Era sua segunda casa. Estava o tempo todo na mata. Acompanhava o trabalho dos guardas municipais. Denunciava desmatamentos, acalentava o que estava nascendo.
Outra paixão de Kiko era seu museu, no bairro da Colônia. Ficava ao lado do depósito de ferro velho que administrava. Ali tinha de tudo. Jornais de todas as épocas, utensílios antigos e até um caixão.
Kiko de Matheo era um colecionador nato. Tinha armas de todos os tipos e tamanhos. Sua coleção de revólveres e pistolas foi motivo de várias reportagens e programas ao vivo. Lembrando que naquela época Jundiaí não tinha nenhuma emissora de TV. A coleção de armas de Kiko era tão incrível que despertava o interesse nas emissoras de São Paulo.
Kiko morreu em meados da década de 90, num acidente estúpido na avenida dos Imigrantes, na altura do jardim Pacaembu. Ele pilotava um triciclo e não viu uma lombada. O veículo tombou levando com ele o homem que mais tinha lutado pela fauna e flora da cidade até então…
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