LAMPIÃO DE GÁS

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Há algum tempo, certa emissora de televisão promoveu uma enquete entre os paulistas para verificar qual a música mais conhecida no Estado. A mais votada foi Trem das Onze, dos Demônios da Garoa; a segunda colocação coube a Lampião de Gás e é sobre ela que escreverei. O refrão dessa música era muito conhecido e cantarolado: “Lampião de Gás! Lampião de Gás! Quanta saudade você me traz…”

É claro que o tempo passou, muitos jovens não conheceram e nunca a cantaram, mas ela é linda, melódica e cheia de sentimento; agora, o papo é outro…

A autora de Lampião de Gás foi Zica Bérgami, nascida em 1912, em Ibitinga. Se essa música não tivesse valor, já teria sido esquecida, pois foi gravada, pela primeira vez em 1958. No entanto, ainda é muito interpretada em corais e apresentações musicais de alto gabarito.

Dona Zica gostava, desde pequena, de música. Além da autoria de Lampião de Gás, também compôs: Mata o Pato; Manga; Abana o Fogo; Maricotinha, Andarilho e outras, gravadas por vários cantores.

Quando mocinha, alegrava festas interpretando suas criações. Numa delas, um dos participantes que a ouviu gostou muito e lhe disse para procurar Inezita Barroso. Nessa época, a cantora despontava para o mundo musical e frequentava uma gravadora que ficava na esquina da Rua Direita, em São Paulo.

A mocinha Zica, com muito receio, armou-se de coragem, benzeu-se e foi até a empresa pedir à cantora para ouvir suas músicas. Após ouvi-las, Inezita gostou tanto de Lampião de Gás que a gravou.

Em 1958, a música ‘estourou’ nas rádios e Inezita fez um enorme sucesso com ela. Mais tarde, Altemar Dutra e outros cantores também a gravaram e sempre obtiveram sucesso.

Hoje, somente o refrão é lembrado por algumas pessoas. Os lampiões de gás fazem parte do passado; atualmente, a tecnologia desenvolveu as lâmpadas LED ( Ligth Emitting Diode), com mais vantagens do que as elétricas, tanto em economia quanto em aquecimento. Assim caminha o progresso…

Alguns termos usados nessa música, por exemplo: bilboquê – brinquedo da época – e almofadinha – rapaz empertigado, de terno e chapéu que levava uma almofadinha para sentar-se nos bancos duros dos bondes, também não são mais conhecidos! Tudo tem a sua época, evoluir é preciso…

A última estrofe da música já demonstra saudosismo, parecendo alguém da atualidade falando da São Paulo antiga que cresceu rapidamente: “Minha São Paulo agora cresceu, tudo morreu; lampião de gás, lampião se gás, quanta saudade você me traz”.(Foto: EBC/Vídeo: Programa ‘Viola Minha Viola’, TV Cultura)

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A ambas, Deus concedeu a longevidade, Zica faleceu aos 97 anos, em 19 de abril de 2011, e Inezita aos 90 anos, em 8 de março de 2015, autora e intérprete são inesquecíveis para quem aprecia a boa música!
Relembrar algo de valor é muito importante, tanto na História de um país, de um estado, de uma cidade, de uma família ou outros…

Saudosismo? Não! Valores que merecem ser lembrados! Vemos sempre pelo Facebook fotos e informações publicadas pelo professor Maurício Ferreira, pela professora Regina Kalman e dr. João Carlos Martinelli de muitas fotos da antiga cidade de Jundiaí e de pessoas que foram importantes para o seu progresso. Essas publicações batem recorde de curtidas. Isso mostra que muitas pessoas gostam de se lembrar do passado e outras de conhecê-lo. Vale a pena.

JÚLIA FERNANDES HEIMANN

É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence à Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.

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