Apesar da pressão de partidos de oposição e movimentos da sociedade civil – inclusive com abaixo-assinado virtual -, as sessões ordinárias da Câmara Municipal de Jundiaí não deverão voltar a ser realizadas nas noites de terça-feira nesta legislatura. A informação foi dada pelo vereador Douglas Medeiros, segundo secretário da mesa, durante discussão dos parlamentares no final dos trabalhos de ontem(27).
Desde o final de abril tem havido movimentação para que os vereadores voltem a realizar as sessões nas noites de terça, como era antes da pandemia de Covid-19. O argumento principal é que a maioria da população não pode acompanhar os trabalhos durante o dia por causa do trabalho. Os vereadores que defendem a manutenção do horário noturno apontam a economia como principal motivo para a mudança não ocorrer. O vereador Romildo Antônio apresentou projeto para que as sessões voltem para as noites de terças. Porém, para conseguir levar a proposta à votação e conseguir agendar uma audiência pública, ele precisa de apoio de 10 vereadores. Até a semana passada, Romildo tinha apenas quatro assinaturas: a dele próprio, a de Juninho Adilson, Edicarlos Vieira e Dika Xique Xique.
O plenário, ontem, estava lotado com manifestantes favoráveis à volta das sessões à noite. Eles criticavam também o aumento salarial que os vereadores concederam para quem for eleito no próximo ano. Foi Juninho Adilson quem abriu a discussão sobre as sessões noturnas. “Quando o Gustavo Martinelli(hoje vice-prefeito), era o presidente da Casa, eu o assessorava. As sessões à noite tinha muita gente que participava. Não necessariamente os grupos que vinham aqui para defender uma pauta. Reconheço que ocorreram algumas bagunças. Creio que durante o horário de trabalho não é possível para que as pessoas participem. Se as sessões voltarem para a noite teremos uma participação muito maior.
Val Freitas questionou Juninho lembrando que muita gente trabalha em vários turnos. “Como fica quem trabalha à noite? Vamos tirar o direito desta pessoa que pode estar aqui de manhã? Deveríamos ter uma estatística que mostrasse isto já que tem gente que trabalha de dia, de noite, de madrugada”. Juninho rebateu informando que “quando converso com povo, de acordo com os estudos que fiz, a maioria defende a sessão a noite”, respondeu.
Rogério Ricardo, que presidia a sessão naquele momento, disse que existem vários canais em que a sessão pode ser acompanhada. “A Casa sempre está lotada quando há assuntos de interesse ou polêmica. Seria interessante uma pesquisa, como o vereador Val citou. Além disto, o Tribunal de Contas apontou os gastos reduzidos da Câmara”, disse Rogério.
Faouaz Taha, que presidia a Câmara quando o horário foi alterado, afirmou que “cansei de ver, no meu primeiro mandato, a sessão vazia durante a noite. E os gastos eram de R$ 1 milhão por ano. Quando interessa, o plenário fica lotado de pessoas segurando cartazes pedindo a volta dos trabalhos para a noite. Isto é contraditório. Gostaria muito que o vereador Juninho apresentasse os números do estudo que ele fez”.
No final da fala de Taha, Juninho sugeriu a realização de uma audiência pública para discutir o tema. Ninguém se manifestou favoravelmente. Rogério Ricardo interrompeu o colega: “fomos eleitos vereadores e vamos jogar para a torcida, para o povo? Acho que não”. Madson Henrique disse que está aberto para discutir o tema. “Quero deixar claro que só recebi um pedido neste sentido. No mais, só estou vendo movimentação político-partidária. Posso ver os números que você tem. Isto porque tenho consideração pelo seu trabalho. Se fosse outro vereador que me apresentasse isto, daria as costas e sairia andando”.
Edicarlos Vieira disse que sempre foi favorável às sessões à noite pela transparência. “Se na casa do povo, que é a Câmara, as pessoas não podem participar, se nós dificultarmos a participação popular, então esta não é a casa do povo. Se não permitirmos à população questionar o projeto A, B ou qualquer outro, então, aqui não é a casa do povo. Temos de refletir: a sessão à noite é importante para a participação do povo. Fora disto, tudo é balela”.
Douglas Medeiras disse que a Câmara não quer ser contrária ao diálogo. “Temos um consenso entre os vereadores. É direito daqueles que são favoráveis construírem uma maioria. Vocês, Juninho, podem discutir. Mas nós temos nosso posicionamento. Temos a maioria e dificilmente nesta legislatura acontecerá a mudança do horário das sessões. Dificilmente…”, concluiu.(Foto: redes sociais)
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