No dia 5 de maio será comemorado o Dia Internacional da Língua e da Cultura Portuguesa, instituído pela Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) . A intenção é que a data seja comemorada em todos os países lusófonos. Foi fundada em 1996, pelos países: Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor Leste e Guiné Equatorial. A Língua Portuguesa tem 280 milhões de falantes, sendo o quinto idioma mais falado no mundo, o terceiro no hemisfério ocidental e mais de 12 milhões de pessoas o têm como segunda língua.
A unificação da ortografia foi alicerçada com a assinatura do Acordo em 1990, ratificado pelo Brasil em 2008 e iniciado seu uso em 2015, com o objetivo de, além de unificar a forma de escrita, valorizar o idioma, fortalecendo-o como veículo de comunicação no mundo globalizado. Ótimo objetivo, mas até agora não conseguido.
Porém, além do dia 5 de maio, Dia Internacional da Língua Portuguesa, temos o Dia Nacional, comemorado no dia 5 de dezembro, data de nascimento de Rui Barbosa. Sobre o Rui, não há necessidade de escrever nada, todos sabem da sua importância política e cultural. Os dois dias referentes à Língua Portuguesa devem ser comemorados com assuntos esclarecedores, objetivando uma escrita correta, sem as desculpas das licenças poéticas ou modismos. Ninguém é obrigado a ser mestre, mas quem se comunica, precisa fazê-lo corretamente. Há normas, como em todos os idiomas;elas são a diretriz, o norte, a condução. Embora o idioma seja vivo e enriquecido com novas aquisições, o modismo vem e passa.
Qual brasileiro, com uma instrução mediana, não sente mal-estar com expressões erradas ouvidas, muitas vezes, nos veículos de comunicações oficiais? Dói o ouvido ouvir alguém dizer: monografia escrita, menas qualidade, pretuberância, gratuítos, meio-dia e meio, eletrecistas, etc.
Não gostaria de levar a fama de sabe-tudo, eu não sei nada, mas ouvir essas barbaridades, de quem se julga bom na gramática, perturba e incomoda. Dá uma vontade de corrigir…
As prefeituras deveriam ter um órgão fiscalizador para observar e multar estabelecimentos comerciais, placas de topônimos de ruas ou praças e outros que utilizassem a Língua Portuguesa errada, pois só servem para desinstruir as pessoas.
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Nem citarei as tais “pérolas do ENEM” que correm pela Internet! Recuso-me a acreditar que sejam verdadeiras! São escabrosas demais!
A questão levantada não tem ligação com o tumultuado momento político que atravessamos. Se devemos ter preocupação com o desemprego, com o feminicídio, com a fome e a miséria, também devemos ter com o idioma que, não é, mas poderia ser considerado um símbolo nacional. Mal escrita, mal falada, mal usada, a “Última Flor do Lácio”, sofre muito mesmo! Bem que Olavo Bilac escreveu: “Última flor do Lácio, inculta e bela, és a um tempo esplendor e sepultura… Amo-te assim, desconhecida e obscura”.
No outro dia, ouvi de uma amiga que certo político, emocionado, ao receber uma comenda, agradeceu com as seguintes palavras: “Esta homenagem está muito aquém do meu merecimento!”. Devia estar muito emocionado mesmo ou, então, haja merecimento!
Assisti a uma palestra, proferida pela professora Ângela Valadão, muito interessante e viável de ser verdadeira. Disse que o nome Brasil tem uma história diferente daquela que aprendemos na escola. O primeiro nome foi Ilha de Vera Cruz, depois Terra de Santa Cruz, isso todos sabem. Disse ela que, junto aos navegadores que vieram com Pedro Álvares Cabral, havia um judeu de nome Barzilai. Este, ao ver as inúmeras utilidades e a resistência de certa madeira, denominou- a “Pau de Ferro” e começou a exportá-la para a Europa. Lá chegando, ao descarregar, diziam: “É pau de Barzilai!”, referindo-se ao comerciante. Daí para Pau Brasil foi rápido! Bem viável essa possibilidade.
Os únicos países em que se escreve Brasil com “s” são os lusófonos, nos demais, a grafia é com “z”, talvez a origem seja do tal Barzilai mesmo. Se acrescentou algo ao seu conhecimento, tudo bem!(Ilustração: korntraducoes.com.br)

JÚLIA FERNANDES HEIMANN
É escritora e poetisa. Tem 10 livros publicados. Pertence à Academia Jundiaiense de Letras, á Academia Feminina de Letras e Artes, ao Grêmio Cultural Prof Pedro Fávaro e á Academia Louveirense de Letras. Professora de Literatura no CRIJU.
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