Por onde anda a literatura LGBT+ de Jundiaí?

literatura lgbt+

A literatura LGBT+ de Jundiaí não mora apenas nas estantes da Biblioteca Nelson Foot. Ela luta para atravessar ruas, se misturar a vozes e melodias e se reinventar nas praças. Em cada sarau recheado de poesia, em cada sebo cheio de livros e discos e em cada microfone aberto, a palavra ganha espaço, voz e som.

A Biblioteca Nelson Foot é um dos corações culturais da cidade. Anualmente, o espaço abriga projetos literários para autores e leitores, contos para crianças e adultos, exposições e obras de artistas locais e nacionais que merecem ser celebrados. Ainda assim, é impossível não pensar no quanto essas iniciativas poderiam ecoar mais alto, alcançar outros públicos, ocupar mais ruas e fazer mais barulho na cidade. Há uma riqueza que já existe, mas que ainda pede mais apoio e divulgação, para que um público ainda maior saiba que a literatura está viva e que engloba, apoia e incentiva o público LGBT+.

Entre os diversos sebos espalhados pela cidade, a cena literária também resiste. Nesses espaços com cheiro de papel, a literatura LGBT+ encontra abrigo e circularidade, mas também encontra a escassez. Livros que mudam de mãos são também livros que mudam destinos, mas os com tema LGBT+ são sempre mais difíceis de se encontrar, portanto, cada capa usada carrega a esperança de um leitor novo com uma perspectiva diferente e com um mundo mais diverso e livre.

Já o espaço que o sarau ocupa é onde a palavra sobe no palco, se equilibra entre melodias e coragem, e de repente vira poesia compartilhada. Eu me lembro da primeira vez que li um texto meu em um desses encontros. Encontrei ali um refúgio, onde sabia que minha voz seria ouvida. Foi naquele instante, entre versos e olhares atentos, que decidi escrever o livro que um dia eu gostaria de ler (e justamente pela escassez, não encontrava nas prateleiras).

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A literatura LGBT+ em Jundiaí caminha entre bibliotecas com seus vastos acervos, livros usados perdidos nas estantes espalhadas e nos corpos livres celebrando a cultura pelas ruas. Ela marca presença em cada verso, cada capa surrada e em cada performance, portanto, seguir escrevendo, lendo e ocupando espaços é seguir resistindo com o poder de recordar à cidade e seu público diverso que a literatura LGBT+ não se cala e nem desiste, apenas muda de forma e de endereço, mas continua viva onde quer que esteja.(Foto: Ketut Subiyanto/Pexels)

THAÍS MANFROTE

Jornalista e copywriter formada pela Universidade Anhembi Morumbi, apaixonada por escrita criativa e literatura brasileira , com experiência em redação, mídias sociais e comunicação política. Atualmente fazendo parte da diretoria e sendo responsável pela comunicação e audiovisual do Movimento Social Aliados.

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