LIVES: Algumas são interessantes. Outras, nem tanto…

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Ninguém aguenta mais. São lives – apresentações ao vivo – sobre todo e qualquer assunto. Algumas são bem-feitas, interessantes e interativas. Quem está assistindo pode participar, ainda que seja por escrito, pode dar sua opinião, manifestar concordância ou não. Enfim não ser um mero espectador. Mas a maioria não é assim. São especialistas, ou nem tanto, falando demoradamente sobre um assunto de interesse duvidoso sem nenhuma noção de tempo. Ficam os que assistem a ouvir. Quando o palestrante usa um Power Point ou uma apresentação qualquer bate o desespero. Este recurso que deveria ser didático é, usualmente, muito mal utilizando e funciona mais como “cola” para o apresentador do que como ilustração. E o especialista lê aquele slide com mais de 15 linhas de texto como se quem está vendo não soubesse ler.

A lógica do Power Point é a mesma do outdoor, estes cartazes imensos espalhados por ruas e avenidas destinados a quem está passando pela propaganda, às vezes com certa velocidade. Se o texto for muito longo não haverá tempo para leitura, mas o anunciante, muitas vezes, quer apresentar todos os seus produtos usando o espaço disponível, tornando inútil a divulgação pretendida. Os cartazes devem ser ilustrativos e chamar a atenção daqueles que estão de passagem pelo tempo que esse deslocamento durar. Se escrever demais ninguém lê. O apresentador de lives comete o mesmo erro, falando por tempo demais ignorando os estudos sobre o tempo que, atualmente, se consegue prestar atenção em alguma coisa.

Não passa de 15 minutos o tempo que qualquer pessoa, independente de qualquer estratificação ou escolaridade, demora para desviar seus pensamentos para alguma outra coisa. De um inseto voando às dúvidas se teria tomado seus remédios naquele dia. O fato é que qualquer distração determinará a perda do foco naquilo que está sendo apresentado. Nas “lives”, sobretudo nas quais a participação passiva impera os bocejos são inevitáveis, mas segue o apresentador lendo seus slides acreditando estar oferecendo uma contribuição fundamental e indispensável à sua platéia. Nas palestras com certificação assim que sai a lista de presenças a assistência diminui consideravelmente.

Como resultado da pandemia é inegável a necessidade de utilizar as atividades remotas para continuar com os processos escolarizados e dar continuidade aos eventos e seminários de atualização que esta vida moderna determina. Não nego sua relevância, muito pelo contrário, minha crítica está na forma de transferir para o virtual o que se fazia presencialmente. Mesmo erro de tantas escolas que passaram a apresentar aulas remotas idênticas às presenciais com resultados absolutamente insatisfatórios como inúmeras pesquisas relatam.

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É fundamental ser criativo. Falas curtas, slides bem feitos, preferência por debates, utilização de inúmeros aplicativos para aumentar a participação da platéia, ouvir e ler os comentários e incluí-los na apresentação, respeitar quem está acompanhando, planejar o tempo, ser didático, são alguns ingredientes que podem transformar uma live em uma LIVE. Insistir na monotonia, “se achando” é o que não se suporta mais.(Foto: www.wykop.pl)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

 

 

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