LIVROS DIDÁTICOS

livros didáticos

Há mais de meio século cursos preparatórios para o vestibular substituíram livros didáticos por apostilas, resumos e exaustivas listas de exercícios como estratégia para facilitar a retenção de conteúdos para as excludentes provas de acesso ao ensino superior. Estes exames não podem nem devem ser confundidos com avaliação que é um processo com a finalidade de determinar se os objetivos de aprendizagem estão sendo alcançados. Funciona porque tem uma meta muito específica que não pode ser confundida com o processo educativo que caracteriza as atividades e finalidades escolares.

A principal função da escola é facilitar a aprendizagem que é um processo endógeno através da construção individual de um conjunto de conhecimentos que envolvem aspectos cognitivos e sócio-emocionais independente do tipo de ensino quaisquer que sejam suas formas. Para isso a equipe escolar deve utilizar tecnologias e principalmente metodologias que favoreçam o protagonismo do aluno na sua formação atendendo seus projetos de vida respeitados o projeto pedagógico da escola e a autonomia do professor.

A chegada da tecnologia às escolas é absolutamente inevitável e não nos referimos apenas aos computadores, equipamentos e estruturas, mas, principalmente, aos softwares, aplicativos, algoritmos e inteligência artificial. O recente relatório da Unesco “A tecnologia na educação: uma ferramenta a serviço de quem?” aponta os erros e acertos no uso da tecnologia, com inúmeros países desenvolvidos revendo suas políticas e usos da tecnologia, constatando, inclusive que estudantes aprendem mais e melhor com livros do que com a parafernália tecnológica.  Na realidade a combinação de tecnologias com suportes consagrados como o livro didático parecem produzir resultados muito mais significativos. A tecnologia se desenvolve velozmente, mas nem sempre seu uso na educação é imperativo, pois o processo educativo depende muito mais da metodologia que se utiliza do que dos instrumentos vinculados a ela. A substituição de livros didáticos por atividades pré-elaboradas distribuídas e aplicadas com suporte de tecnologia como a proposta pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sem a devida análise de seus impactos pode ter consequências negativas de proporções imprevisíveis. Sem avaliação previa quando seus resultados aparecerem podem ser irreversíveis, dessa forma a imposição parece inconsequente.

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O papel do professor nestas circunstâncias, de metodologia absolutamente duvidosa, é o de coadjuvante que se limita a intermediar o material recebido para que seja assistido pelo aluno, descaracterizando a imprescindível função de mediador do processo de aprendizagem que deve ser a base da atividade docente. Insistimos sempre que o professor bem preparado é fundamental para o desenvolvimento de qualquer processo educativo. Limitar ou delimitar suas funções é desconsiderar todo o seu trabalho e sua importância. Desse modo, uma efetiva política educacional deveria ser a de melhorar a formação de professores e fortalecer os programas de aperfeiçoamento docente focada no seu desenvolvimento metodológico e tecnológico indispensáveis para alcançarmos uma educação de qualidade em todos os níveis.(Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

FERNANDO LEME DO PRADO

É educador

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