A sociedade idolatra as mães como se fossem as melhores coisas do mundo. Claro, graças a elas estamos vivos. Foram elas que nos carregaram no ventre por nove meses e nos trouxeram ao mundo passando por dor, mudanças corporais e temperamentais. E depois do parto, nos deram o necessário para crescer e nos tornarmos adultos responsáveis, bons para o próximo. Resumindo, elas nos dão amor e nos ensinam a amar. E quando uma mãe não ensina este tipo de comportamento para o filho? O que a falta ou a negligência de uma mãe acarretam? Quais os reflexos de mães ruins para os filhos? Danos irreparáveis, com toda certeza.

Tive contato muito próximo com um abrigo, para onde eram enviadas as crianças que o Conselho Tutelar retira de pais negligentes ou violentos. Vi mães de todos os tipos, dos piores tipos. Mães que deixavam seus filhos serem violentados pelo próprio pai, mães que usaram drogas, beberam e fumaram durante toda a gestação. Mães que deixaram crianças de sete anos sozinhas em casa sem ter o que comer por dias. Mães que batiam em seus filhos sem motivo. Alguns recém-nascidos tinham graves problemas de saúde causados pelo uso de substâncias nocivas da mãe durante a gravidez.

No Dia das Mães vemos textos lindos sobre mulheres maravilhosas mas ignoramos a existência de mães negligentes. Quase ninguém se lembra que elas existem e talvez sejam as mais importantes para serem analisadas não só hoje. Elas deveriam ser tema de reflexão o ano inteiro. Gostamos de ver sempre o lado bom das coisas e ignorar o lado ruim. A realidade é que existem mães terríveis que formam pessoas ruins para a sociedade. Claro, essas mulheres podem vir de uma sucessão de mães igualmente más ao longo das gerações ou simplesmente serem ruins por natureza. A certeza é de que os filhos delas vão sofrer as consequências assim como a sociedade.

Li sobre o caso de uma mulher que foi assassinada pela própria filha e fui me aprofundar na história. Acabei me comovendo com a menina. Sua mãe era hipocondríaca e quando a criança nasceu ela achava que a menina tinha todo tipo de doença. Por já ter sido enfermeira, ela sabia descrever os sintomas e os médicos simplesmente acreditavam nela. A mulher tratou a filha como uma doente, em cadeira de rodas e sem poder falar. Quando algum médico queria fazer mais exames ou se aprofundar no caso, ela trocava de profissional e em alguns casos até fugia da cidade.

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Essa mulher ia a programas governamentais e de televisão para pedir ajuda e apoio financeiro para os problemas da filha. Um dia a mãe foi encontrada morta e a menina estava desaparecida. Todos ficaram preocupados com a garota achando que tinha sido sequestrada. No final foi descoberto que a filha, na verdade, era perfeitamente saudável, andava, falava, uma pessoa normal que foi a vida inteira tratada como doente pela mãe. Sem perspectivas, assassinou a mãe e fugiu. Quando foi presa a menina disse que não se sentia arrependida pois poderia ser quem realmente era, não alguém que era tratada como se tivesse atraso mental.

Essa história e as outras que vi no abrigo mostram a que situações extremas mães ruins podem levar seus filhos. E as consequências de tudo isso são adultos violentos, delinquentes, ladrões, mal-educados, drogados e até assassinos, pessoas que são consideradas um perigo para a sociedade. Então neste Dia das Mães pare para refletir sobre como você pode ter tido sorte de ter uma boa mulher para cuidar e fornecer tudo o que você precisou na vida para chegar até aqui. E lembre-se que nem todo mundo tem a mesma sorte já que há muitas mães ruins por aí. (foto acima:uannoticias.blogspot.com.br)

 

RUINSCAMILA ROSA BUENO

Formada em Comunicação Social(Jornalismo), pela Universidade Anhembi Morumbi. Tem 22 anos.