Dois dias depois da vitória de Gustavo Martinelli(União Brasil) para a Prefeitura de Jundiaí, os vereadores se reuniram em sessão, discutiram projetos de lei e vetos do prefeito Luiz Fernando Machado e não fizeram comentários sobre os resultados nas urnas. É verdade que depois do primeiro turno, na sessão do dia 8, os parlamentares discursaram a respeito das próprias vitórias ou derrotas e agradeceram os votos recebidos. Não falaram sobre a disputa acirrada entre José Antônio Parimoschi(PL), que tinha largado na frente com 104.180 votos, seguido de Martinelli com 91.486 votos. Hoje, sequer cumprimentaram o mais votado. A sessão foi marcada pelo silêncio a respeito da virada histórica de Martinelli.
É de praxe, depois de uma eleição para prefeito, que os parlamentares – mesmo os de oposição – cumprimentem o vencedor. A cordialidade faz parte do jogo democrático. Um vereador disse ao Jundiaí Agora que os colegas talvez não acharam o assunto interessante. “Vai de cada um. Acredito que depois da posse, o pessoal falará”, explicou. Para vereadores acostumados a recitar versículos da Bíblia, mandar abraços para pastores aniversariantes e, sobretudo, fazer da pauta de costumes uma bandeira, a eleição ao principal cargo público da cidade não é interessante?
Possivelmente, a resposta para tamanha quietude esteja na segunda frase do parlamentar. Ao dizer “o pessoal falará depois da posse”, o político poderia estar se referindo ao Tribunal Superior Eleitoral(TSE) que ainda não confirmou a vitória de Gustavo Martinelli. A candidatura dele está sub judice. O caso terá de ser analisado pelo tribunal até 31 de dezembro deste ano para que ele tome posse no dia seguinte. Se isto não acontecer, o presidente da Câmara a ser eleito no dia 1º de janeiro administrará a cidade até que este nó seja desatado.
Cada vereador atua de uma forma. Pode-se gostar ou não deles. O que não dá para dizer é que durante a sessão deu uma pane geral, um branco generalizado, e ninguém se lembrou do resultado da eleição de domingo. A falta de citações ao ganhador pode até não ter sido combinada. Mas que existe um motivo para o estrondoso silêncio, ah, isto existe…(Marco Antônio Sapia)
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