Dia 10 de novembro, o menino milagre, Benício, que em julho completou um ano, no Santuário Diocesano Santa Rita de Cássia, recebeu os sinais do Batismo através do Padre Márcio Felipe de Souza Alves, que acompanhou a sua história desde o início. Numa situação de risco de vida da mãe e dele, foi batizado no hospital.
O Benício é filho da Thaís e do Léo e irmão do lindo Miguel. A Áurea, avó materna do Benício, convive conosco há mais de 30 anos. Vimos seu povo miúdo se tornar gente grande. São como se fossem família. Amo cada um deles.
A Thaís teve um câncer de útero e, aberta, no centro cirúrgico, a médica detectou que estava grávida. Ela não sabia. Costurou-a e, mais de uma vez, indicou o aborto.
A doutora afirmou que morreriam mãe e filho e o Miguel ficaria órfão.
Dia depois, pedi ao Dr. Albino Fávaro Neto, obstetra e ginecologista, que se destaca pela competência e o respeito pela vida, se poderia atendê-la. Examinou-a e, dentre outras pessoas, fortaleceu-a para que o Benício viesse ao mundo.
Os pais escolheram o direito dele de nascer, mesmo com ela experimentando dores horríveis e riscos, pois à medida que crescia, os pontos da cirurgia, prevista e cancelada, estouravam. Às vezes, ela nem conseguia caminhar com o corpo erguido. Imagino que o bebê também fazia esforço para estourar os pontos e aumentar o espaço onde se preparava para vir à luz.
Prematuro, direto para a UTI. A mãe dolorida, em pé ao lado, velando o sopro diminuto.
Milagre do Senhor da vida! Milagre da defesa da vida pelos pais, familiares e amigos através de preces. Que acontecimento mais lindo. Emociona-me sempre.
O Evangelho da Missa (Marcos 12, 38-44), em que aconteceu o batizado, Jesus se referiu à viúva, ao vê-la colocando duas pequenas moedas no cofre do Templo: “Em verdade vos digo, esta pobre viúva deu mais do que todos os outros que ofereceram esmolas. Todos deram do que tinham de sobra, enquanto ela, na sua pobreza, ofereceu tudo aquilo que possuía para viver”. Durante a homilia, o Padre Márcio Felipe citou a história do menino milagre desde a mesa do centro cirúrgico e o sacrifício por sua vida.
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A Thaís me disse no dia seguinte: “Cris… estou desde domingo tentando encontrar uma forma de colocar em palavras o que eu senti naquela Celebração e eu não consigo. A grandiosidade do milagre que Ele fez na minha vida é surreal! Porque ouvir a minha história, pelo Padre Márcio Felipe, é me lembrar, a cada momento, de que eu realmente só tinha duas moedas: uma era a vida do Benício crescendo dentro de mim e a outra era a minha fé. E Deus me honrou. Jesus caminhava comigo, me carregava no colo, quando eu falava que não aguentava mais e queria desistir”.
Estamos próximos de dezembro. O Pai enviou-nos o Seu Filho à terra para nos levar ao Reino do Céu. O Pai enviou o Benício, o menino milagre, para nos mostrar que o Senhor da Vida vence todas as mortes.
MARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE
É professora e cronista
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