Impossível escapar das notícias que estão em todas as mídias sobre as bebidas adulteradas com o uso de metanol que estão provocando graves consequências à saúde daqueles que, inadvertidamente, consumiram estas bebidas. As mortes e as sequelas provocadas por este produto absolutamente inadequado para consumo humano têm provocado as mais diversas reações tanto dos consumidores como das autoridades.
Inicialmente convém desfazer quaisquer confusões entre etanol (C2H5OH) e metanol (CH3OH). O primeiro é obtido por fermentação natural e é conhecido, sobretudo, pelo seu uso como combustível veicular, mas não é necessariamente prejudicial para o consumo humano sendo, inclusive, utilizado na produção de bebidas alcoólicas. Já o metanol, que não é obtido por fermentação natural, é utilizado na produção de solventes e não é recomendado, pela sua toxidade para consumo por pessoas.
O motivo que leva os falsificadores a incluir o metanol e não outros álcoois, de forma inconsequente e criminosa, é só um: baratear os custos. Quem o faz pode até não avaliar os estragos que pode estar provocando, uma vez que só o lucro importa. Por isto devem ser localizados e impedidos de prosperar neste delito que tem muitos culpados.
Do consumidor que procura o mais barato sem verificar a origem esquecendo que ninguém faz mágica: se um produto ou serviço é muito mais barato que os demais deve ser objeto, no mínimo, de desconfiança; de alguns comerciantes que seguindo a máxima de que o melhor preço de venda vem do menor preço de custo e aderem à prática de oferecer ao consumidor final gato por lebre; dos serviços de fiscalização que só se mexem quando alguma tragédia se verifica.
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Assim, práticas usuais que todos aceitam ainda que os riscos sejam consideráveis, só chamam a atenção quando alguma coisa muito grave provoca uma comoção da qual não se consegue evitar. A partir daí inúmeros prejuízos poderão se observados atingindo a todos uma vez que as ações de alguns poucos impactam a todos independente das eventuais irregularidades que tenham cometido. Ao público consumidor a desconfiança generalizada faz com que a prudência prepondere e a frequência mesmo aos lugares conhecidos acabe diminuindo por algum tempo. Declarações do tipo: “só compramos de fornecedores homologados” não restabelecem a normalidade e podem até aumentar a desconfiança. Melhor evitar.
Tudo isso, na realidade, reflete uma cultura de “levar vantagem” institucionalizada difícil de ser modificada sem um processo traumático como este em que alguns desavisados acabam perecendo para enfim chamar a atenção e medidas sejam tomadas.(Foto: institutocombustivellegal.org.br)

FERNANDO LEME DO PRADO
É educador
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