O cantor e compositor Milton Carlos morreu em Jundiaí no dia 21 de outubro de 1976. Ele e a noiva, a cantora Mariney Lima, foram vítimas de um acidente na via Anhanguera. No Passat dirigido por Milton também estava o empresário dele, Genildo de Oliveira, que sofreu ferimentos leves. Sabe-se que Milton chegou a ser levado para um hospital de Jundiaí. Na época, o Hospital Geral(que depois receberia o nome de ‘Hospital e Maternidade Jundiaí’) atendia as vítimas dos acidentes na Anhanguera.
Milton Carlos era um fenômeno musical no meio da década de 1970. Com voz feminina, emplacou vários sucessos. Era irmão e parceiro de Isolda, com quem escreveu vários sucessos para Roberto Carlos, como ‘Elas por Elas’. Isolda é a autora de ‘Outra Vez’, uma das preferidas dos fãs do Rei.
Segundo artigos que relatam o acidente, o cantor teria tentado ultrapassar uma carreta. O Passat bateu em um caminhão. Desgovernado, o carro chocou-se contra o primeiro veículo. O motorista do caminhão parou o veículo para ajudar as vítimas. O ajudante, o jovem Mário Alves de Araújo, foi atropelado na pista e também morreu.
Numa época em que as informações não eram divulgadas com a velocidade de hoje, ao ser avisada sobre o acidente, Isolda veio para Jundiaí. Ela não tinha noção da gravidade e, ao parar perto do hospital, ligou o rádio e ouviu a canção ‘Elas por Elas’, na voz do irmão. Em seguida, o locutor informou que Milton Carlos tinha morrido.
“Abri a porta do carro e corri feito uma louca para a entrada do hospital. Mas aí não sei o que aconteceu, não sei se desmaiei ou se me deram uma injeção, porque eu só acordei no carro do meu tio já chegando em casa.” desabafa Isolda. O corpo de Milton Carlos foi enterrado no cemitério da Quarta Parada, em São Paulo.
Isolda publicou no isolda.mus.br:
Meu único irmão e parceiro Milton Carlos saiu de casa na manhã do dia 21 de outubro de 1976, ficando de voltar à noite pra gente sair pra jantar e nunca mais voltou. A última noticia que tivemos dele foi por um guarda rodoviário avisando do acidente ocorrido em que ele fatalmente nos deixou. No auge do sucesso, em vias de se casar com uma jovem por quem era irremediavelmente apaixonado, bom filho, bom amigo (o melhor que eu poderia ter), cheio de talento e amor pela vida, se dizia realizado. Desde criança, seu sonho era a música. Desde seus oito anos, quando ganhou seu primeiro violão.
Milton Taciano Fantucci Filho nasceu em São Paulo no bairro de Vila Mariana, dia 13 de novembro de 1954. Era bisneto e neto de maestros-compositores – Seu bisavô Eduardo Bourdot é autor de vários hinos paulistas, como o hino da cidade de São Vicente, por exemplo – e sempre buscou a música como sua maior forma de expressão.
Aos oito anos de idade já estudava violão, se apresentava em programas infantis, como o “Clube Papai Noel” e na adolescência, participava de programas de calouros começando a compor suas primeiras canções.
Participou, ganhou o primeiro prêmio no programa “Flavio Cavalcanti” e conseguiu sua chance de gravar seu primeiro disco, através do programa “É proibido colocar cartazes” na então antiga rede Record.
Muitos foram os cantores que gravaram suas canções, enquanto ele fazia parte dos vocais de diversas gravações na época. Em 1972 fez a direção musical da peça “O casamento de Figaro” e sempre dizia que se não fosse músico, seria ator. Até que por meio de um amigo em comum, ele enviou uma canção para Roberto Carlos – Amigos, amigos.
A gravação dessa canção despertou o interesse da editora /gravadora RCA , que lhe propôs um contrato para seu primeiro LP – Samba Quadrado.
A música título conseguiu uma repercussão inesperada por todo o território nacional e lhe propuseram um contrato ainda mais extenso, com o lançamento de mais um LP – Largo do Boticário.
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Com a agenda repleta de shows e compromissos musicais, Milton gravou mais vezes com Roberto Carlos – Jogo de damas, Elas por Elas, Um jeito estúpido de amar, Pelo Avesso – e suas composições, gravadas também pelos mais diversos intérpretes, se tornavam praticamente sinônimos de sucesso e reconhecimento popular.
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No auge de sua carreira – em outubro de 1976 – sofreu um acidente de carro próximo a cidade de Jundiaí, no estado de São Paulo, finalizando uma carreira que estava apenas começando.
Em 1978, a antiga RCA lançou mais um LP – Inédito – com canções que tinham sido previamente gravadas. Seu trabalho reeditado em CD – 1993 – faz parte da série Acervo,- BMG ARIOLA/ RCA – uma copilação dos seus sucessos, pela mesma gravadora.
Em 2003 aconteceu mais um lançamento – Milton Carlos Romântico – que reúne uma parte das suas tantas canções, dentro desse gênero.
Sua obra, apesar de eclética, se diferencia pela referência aos velhos tempos, onde sempre está presente uma homenagem aos antigos artistas, lugares históricos e comportamentos de época. O romantismo é a palavra chave, aliado ao bom humor, uma constante tanto em seu trabalho como em sua vida pessoal.
Eu, como sua parceira, sua amiga, confidente e sua irmã, espero ter cumprido minha parte no acordo, quando um dia, ainda jovens, prometemos dar o melhor de nós mesmos pela nossa parceria, pela nossa música. Porque mesmo que ele tenha partido, ainda estou aqui pra contar sua história, que é também minha, que é nossa, que é de todos aqueles que o amaram.(Foto principal: tudoissoetv.blogspot.com)
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