O credenciamento da UTI do Hospital do Grendacc – e as verbas federais que virão com este ato – estão nas mãos do ministro Ricardo Barros, paranaense, engenheiro de formação e com 25 anos de vida política. Foi prefeito de Maringá. Deputado federal por aquele Estado e ministro desde o dia 12 de maio do ano passado. Neste período, Barros vem colecionando reportagens sobre suas frases infelizes e as suspeitas de sempre que pairam sobre a maioria dos políticos brasileiros.
Em setembro do ano passado, a revista Carta Capital dizia que “o despreparo de Barros parece ser só um alerta do mal maior que pode representar para a saúde pública brasileira”. O texto tratava de uma proposta do ministro: a criação de planos de saúde populares ou ‘acessíveis’. A ideia dele, de acordo com a reportagem, seria diminuir as exigências mínimas de cobertura impostas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) às administradoras para que possam oferecer planos mais baratos. O ministro argumentava de que não há recursos e quanto mais pessoas forem atendidas pelos planos de saúde, melhor para o Sistema Único de Saúde, o SUS.
A revista Carta Capital ouviu entidades do setor que alertaram para os perigos da proposta. A grande preocupação era de que ” o mercado de saúde retroceda ao que foi antes de sua regulamentação, na década de 1990. É justamente com a criação da ANS que as empresas foram obrigadas a oferecer um rol de atendimentos mínimos, antes de terem autorização para comercializar os planos”.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA DA CARTA CAPITAL CLICANDO AQUI
Denúncia da Folha – Já no dia 10 de fevereiro deste ano, a Folha de São Paulo publicou matéria sobre as finanças do ministro. O título da reportagem: “Com bens declarados de R$ 1,8 milhão, Barros virou sócio de área de R$ 56 milhões”. A compra aconteceu três anos antes e refere-se à metade de área em Marialva, no Paraná.
O ministro disse à Folha que “fez um empréstimo de R$ 13 milhões de seu sócio na transação, uma empresa do setor imobiliário, para bancar o negócio”. Naquele ano, Barros era secretário de Indústria e Comércio do Paraná, disputou uma vaga de deputado federal e declarou à Justiça Eleitoral o seu patrimônio, informou o jornal.
“No ano seguinte, já deputado, Ricardo Barros apoiou, por meio de um requerimento, a liberação de R$ 450 milhões de emenda da União para a construção de uma rodovia de 32 km que passa a três quilômetros do terreno”, segundo a Folha.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA DA FOLHA CLICANDO AQUI
Ligações – A IstoÉ deu uma alfinetada no ministro da Saúde no dia 24 de fevereiro deste ano, publicando reportagem sobre a ligação entre ele e o ex-governador do Distrito Federal, Paulo Octávio. Segundo a revista, “até agora, a única ligação conhecida entre esses dois personagens da política nacional limitava-se à filiação ao mesmo partido, o PP. Mas eles se unem por outros elos que podem explicar por que o ministro da Saúde preferiu fazer um contrato de R$ 31,2 milhões sem licitação para locação do prédio do empresário a fim de abrigar a nova sede da Anvisa”.
O texto prossegue: Em 2014, a Construtora e Incorporadora Squadro Ltda, de propriedade de Paulo Octávio, destinou recursos para a vitoriosa campanha da mulher do ministro da Saúde, Cida Borghetti (PP), vice na chapa encabeçada por Beto Richa (PSDB) ao governo do Paraná. Além de engordar os cofres da campanha da mulher de Ricardo Barros, naquele ano, a Construtora e Incorporadora Squadro também colaborou com o polêmico irmão da vice-governadora do Paraná, cunhado de Ricardo Barros. De acordo com registros do TSE, a empresa doou à campanha de Juliano Borghetti (PP) tanto a deputado estadual em 2010, como ao cargo de vereador, em 2008″.
LEIA A REPORTAGEM COMPLETA DA ISTOÉ CLICANDO AQUI
Culpa das mães – Em março, Ricardo Barros foi motivo de nova matéria da Carta Capital já que tinha associado o problema da obesidade infantil ao fato das crianças não terem oportunidade “de aprender a descascar alimentos” com suas mães.
A revista publicou a seguinte frase do ministro : “É preciso qualificar essas crianças para manipular os alimentos. Muitas delas não ficam em casa com as mães e não têm oportunidade de aprender a descascar os alimentos”, afirmou, sem fazer qualquer referência à figura do pai ou de outros homens no processo de ensino-aprendizagem das crianças.
O texto também afirma que Barros fez referência ao fato de que atualmente as mulheres “não ficam em casa”, o que impede as crianças de acompanhá-las nas tarefas do dia a dia.
A REPORTAGEM COMPLETA DE CARTA CAPITAL CLICANDO AQUI
Besteirol – No mês seguinte, o site ‘Brasileiros’, elencou as pérolas de Ricardo Barros. As frases que o ministro da Saúde não deveria ter dito:
1) “Exames com resultados normais são desperdício para o SUS”
2) “Homens trabalham mais, por isso, não acham tempo para cuidar da saúde”
3) “Na pior das hipóteses, tem efeito placebo. A fé move montanhas”
4) “É preciso rever o tamanho do SUS”
5) “Mosquito Aedes Aegypti é indisciplinado”
MAIS SOBRE OS PENSAMENTOS DE RICARDO BARROS AQUI
ENTENDA A SITUAÇÃO DO GRENDACC
MINISTRO DA SAÚDE EMPURRA SOLUÇÃO PARA A PRÓXIMA SEMANA
PRESIDENTE TEMER PROMETE CREDENCIAR A UTI DO GRENDACC
VÍDEO: MIGUEL ANUNCIA QUE TERÁ REUNIÃO COM MICHEL TEMER
REGIÃO NA ACEITA FECHAMENTO DA UTI DO GRENDACC
SEM SABER O QUE MINISTÉRIO DA SAÚDE DECIDIRÁ, GRENDACC PEDE DOAÇÕES
O GRENDACC, AS PREFEITURAS E A FORÇA DO AGLOMERADO URBANO DE JUNDIAÍ
MEU COMEÇO, O GRENDACC E A PEDRA NO CAMINHO