Nos dois últimos anos, o aumento de identificação de morcegos com o vírus da raiva aumentou 466% em Jundiaí. Em 2022 foram três casos. No ano passado, 17. Estes animais não se alimentam de sangue. Contudo, todos podem transmitir a doença. A Visam(Vigilância em Saúde Ambiental) sabe quais são os bairros com mais incidência. Além disto, há registros de acidentes com pessoas e animais domésticos. Os morcegos são animais protegidos por lei, sendo considerados úteis ao homem e à natureza, devendo ser preservados. É crime ambiental matá-los ou agredi-los. O Jundiaí Agora entrevistou Felipe Pedrosa(foto abaixo), veterinário da Visam:
Estamos vivendo um ‘surto’? ou é algo comum? Qual a razão para tantos casos?
O Programa de Vigilância e Controle da raiva da equipe da Visam em Jundiaí funciona de maneira contínua e eficiente, atendendo à 100% dos chamados da população, considerando a gravidade da doença e o risco à saúde humana implicado. É algo comum que em um sistema com mostragem elevada, com muitoss morcegos em situação atípica como serem encontrados durante o dia – caídos, rastejando pelo chão, com tremores, mortos, parados sob um muro ou imóveis sob a luz solar – alguns terem raiva. No ano passado tivemos 551 casos de morcegos em situação atípica. A Prefeitura de Jundiaí participou do Congresso de 120 anos do Instituto Pasteur, onde um dos especialistas explicou que as altas temperaturas e o aquecimento global podem interferir na dinâmica de várias doenças e espécies, incluindo os morcegos e a raiva.

Quais os bairros com maior concentração?
A ocorrência não é especifica em áreas rurais ou urbanas, podendo ser encontrados em qualquer ambiente. No ano passado, os registros foram no Jardim Copacabana, Vila Maringá, Colônia, Gramadão, Terra Nova, Parque Centenário, Jundiaí-Mirim, Aeroporto, Jardim do Lago, Corrupira, Ponte São João, Água Doce, Torres de São José e Rio Acima.
Há algum motivo para preferirem estas áreas?
Temos morcegos de várias espécies em Jundiaí, incluindo os mais variados hábitos alimentares, como os que se alimentam de frutas, insetos, néctar de plantas e outros. Cabe destacar a pluralidade de ambientes da cidade, como ampla área urbana e áreas de mata, incluindo os parques e a Serra do Japi, sendo que os morcegos conseguem se adaptar a todos esses ecossistemas, fazendo abrigos naturais em ocos ou copas de árvores, cavernas, furnas) ou artificiais em forros e telhados de imóveis residenciais e empresariais, o que é muito comum em Jundiaí. Também gostam de casas abandonadas, fendas, galerias, pontes, bueiros, churrasqueiras e outros. Nota-se que os bairros citados com ocorrências de morcegos incluem todas as regiões da cidade (Norte, Sul, Leste, Noroeste e Oeste), ou seja, o vírus da raiva está em plena circulação em Jundiaí. Por isso é importantíssimo a população estar atenta e nunca encostar em um morcego caído ou em comportamento anormal: a orientação é afastar crianças, pessoas e animais, jogar uma toalha ou caixa de papelão em cima do animal, imobilizando-o, e acionar a Visam nos telefones 4589-6340 e 4589-6350 para que uma equipe recolha o animal para diagnóstico da raiva. Além disso, é imprescindível manter cão e gato vacinados contra a raiva, com reforço anual, sendo que a Visam funciona como posto fixo de vacinação em Jundiaí, mediante prévio agendamento nos mesmos números informados anteriormente. Há estacionamento no local.
Há comunicação de animais picados por morcego com raiva? E pessoas?
Sim. Muitas pessoas acabam se envolvendo em acidentes com morcegos, sendo arranhadas ou até mordidas. Ou simplesmente pelo fato de encontrarem um morcego no quarto ao acordar. Assim, é fundamental que as pessoas expostas a acidentes que envolvem morcegos procurem o mais rápido possível a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para avaliação médica. Também ocorre com frequência o contato de cães e gatos com morcegos, o que é esperado, já que são animais curiosos e podem ter hábitos caçadores, principalmente os gatos. Assim, nestes casos, a Visam realiza o protocolo do Ministério da Saúde, que envolve a vacinação antirrábica e observação.
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